terça-feira, 5 de outubro de 2004

Rui Gomes da Silva tem razão - três notas e uma memória

Nota 1 - É interessante que alguns daqueles que clamam a toda a hora contra o poder mediático alegadamente sem controlo venham agora pedir a demissão do ministro e pôr-se ao lado do mais efectivo poder mediático, sem controlo, cá do burgo.
Nota 2 - A questão da liberdade de expressão. Mas a liberdade, todas as liberdades, só fazem sentido no colectivo. O professor Marcelo tem (e continuará a ter...) toda a liberdade do mundo. O mesmo não se pode dizer daqueles que são o seu alvo semanal, permanente. E Santana até é o que menos me importa. Essa liberdade colectiva, em rede, só se alcança num ambiente mediaticamente saudável, de expressão permanente e generalizada de opiniões. A liberdade de expressão do prof. Marcelo em nada me alegra, se eu considerar que nem todos podem exercer essa liberdade nas mesmas condições.
Nota 3 - É óbvio que este episódio - somado a todos os outros - revela uma enorme fragilidade política do governo.
Memória - Quando a SIC Notícias começou os seus frente-a-frentes, há pouco mais de três anos, Durão Barroso era líder do PSD. E a SIC convidou dois anti-barrosistas para os debates (Marques Mendes e, se a memória não me atraiçoa, Menezes). Caiu o Carmo e a Trindade na sede do PSD. E Durão lá conseguiu que a SIC metesse um barrosista no alinhamento (cujo nome me escapa). Tudo em nome da diversidade de opiniões.