segunda-feira, 4 de outubro de 2004

Salva-se a Scarlett

O Manuel, da Grande Loja, insiste em dois ou três equívocos e junta-lhes outros tantos.
Comecemos pelo fim. Percebo que me queira colar a Luís Delgado - um traquinas, este Manuel... -, pena é que eu tenha dito exactamente o inverso do que escreveu Delgado. Este acha que a manchete do Expresso veio de alguém que quer tramar Santana, eu digo que veio de Santana. Ou seja, onde um diz branco, o outro escreve preto. Caso arrumado.
Mas sigamos o lençol de equívocos...
Eu nunca disse que a questão PSD-PP não é importante, ou sequer que não será uma ferida aberta na coligação. Eu disse que uma notícia concreta tinha sido colocada para produzir um determinado efeito. E isso continua a parecer-me óbvio. Quanto à coligação - basta recordar a sua génese e, mais, os seus antecedentes - para se perceber como ela é meramente instrumental e será reeditada enquanto for útil, nas condições em que melhor servir os dois partidos. Por isso, pelo seu carácter meramente instrumental (para segurar o poder), será discutida mais perto das eleições - agora são só fogachos.
Quanto às questões do PS, o Manuel acha que o que dividiu Alegre (oh homem, esqueça o Soares, que até ele já se esqueceu dele próprio...) de Sócrates foram só questões de linguagem (e eu que pensava que a política é isso mesmo - linguagem) e umas tretas irrelevantes, como o Iraque e o aborto. Eu juntaria a essas minudências a questão das alianças, ou do papel do Estado... Abro a boca de espanto!
E mais duas questões concretas. Estados Gerais - sim, chamem-me ingénuo, mas acho mesmo que é possível a sociedade civil (entendida enquanto nichos de saber, por exemplo) colaborar com os partidos, numa base de partilha de interesses e objectivos. Chamem-me ainda mais tonto - acho que foi isso que aconteceu na primeira fase de Guterres. E, agora, chamem-me idiota chapado, acho que até funcionou bem.
A questão dos rostos (sejam das Finanças, ou de outra coisa qualquer) está intimamente ligada à anterior. E de novo remeto para Guterres e para todos os considerandos anexos.
Bem vistas as coisas, do post do Manuel aproveitam-se as fotos da Scarlett Johansson. Mas até nisso ele falha - sou mesmo doidinho é pelo Lost in Translation.