terça-feira, 2 de novembro de 2004

Kerry e a direita

A direita, alguma direita, descobriu agora que o melhor seria Kerry ganhar.
O argumento que por aí anda é simples - vamos então ver que resposta tem o fulano para isto. Isto é quase tudo, mas, no fim, isto resume-se ao Iraque.
Isto, perdão, aquilo está um atoleiro e não há tropas americanas ou eleições iraquianas que permitam pôr fim ao pesadelo.
Acontece que Kerry, obviamente, não tem resposta para o problema. Nunca teve. Aliás, ele, ao ter apoiado a guerra, fez (faz...) parte do problema.
Por isso, alguma direita que por aí anda jurando súbitos amores (!) por Kerry - tentando com isso entalar a esquerda europeia e a própria Europa - esquece o essencial.
E o essencial é que, do lado de cá do Atlântico, o que se questionou foi o começo da guerra. Vale a pena recordar - atacar o Iraque iria abrir uma caixa de Pandora e não iria resolver o problema essencial, o terrorismo. Foi isto que se disse.
Foi isto que disse e, sinceramente, não me sinto obrigado a apresentar, a ter, uma solução para um problema que não criei. Um problema para cujas consequências alertei a tempo. Repito, a tempo.
E pouco me importa que Kerry também não tenha. Acho até muito natural.