Multidão e fúria
Sou de pouca fé. E teimo em pensar que a fé é uma coisa íntima. Que as manifestações públicas e colectivas dessa mesma fé assumem um carácter para-político, que ultrapassa a intenção original. Vejo as multidões destes dias em Roma e só consigo ter medo. Toda aquele gente junta, unida por qualquer coisa de intangível. Aquela gente, manipulada ou simplesmente embalada, seria capaz das coisas mais terríveis. Curiosamente, não consigo imaginar multidões a praticarem o bem.
PS: antes que alguém decida pensar que censuro seja quem for, deixem-me sublinhar que respeito aquelas pessoas. Os seus gestos individuais.
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