Insucesso na matemática (um exemplo)
Circula por aí que o PS pode fazer uma revisão constitucional com a esquerda e o CDS.
Dir-se-á que se trata de uma solução contranatura, ou até um estrondoso erro político à queijo liminano.
Absurdo é ir buscar o argumento estapafúrdio de que o PS está a ir contra uma maioria que não votou nele [O Insurgente]. Porque o PS tem, de facto, a maioria absoluta no país e não apenas na Assembleia. É com essas regras que se realizam eleições. Aqui e em todo o lado.
Mas diz ainda BrainstormZ que, com esta iniciativa, os socialistas «querem ignorar os representantes de 26,4% desses eleitores (1.638.931 portugueses)», ou seja, o PSD. Deduzo, portanto, que se o PSD e o PS se juntarem para uma revisão mais normal, mais dentro dos cânones, não haverá problema que sejam ignorados os 21 por cento que votaram PP, PCP e BE. A que poderemos juntar os tais 35 por cento que nem sequer votaram. Já vamos em 56 por cento...
A tese de que os votos dos que não votam contam para alguma coisa levaria à hipótese aburda de podermos ter um governo em Portugal com a seguinte composição: PCP (8 por cento), BE (7) e abstencionistas (35 por cento). Eis um governo, coerente, que representa 50 por cento do país. Fantástico... Um regime em que, verdadeiramente, o peso das minorias não seria «menorizado». Um estado liberal, no entender deste peculiar insurgente.
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