Ouçam e Verão
Estava agora aqui a pensar: e o disco do Verão? Não sei porquê, sempre me deu para eleger o disco do Verão. Assim um cd que anda no carro, volta para casa, passa pelo computador da empresa... Enfim, taras.
Há uns anos, apostei nos Tribalistas. E acho que também já apostei naquela modelo francesa, com um cd a preto e branco (!) todo cheio de fotos e que dedilha uma guitarra enquanto sussurra uma coisas relativamente audíveis. Vejam o que é a fama: andou em tudo o que era capa de revista e agora não me recordo do nome. Bom, a verdade é que bastava levantar-me e, dois metros andados, há-de estar por ali o disco...
Este ano, acho que vou escolher uma discografia completa. Emendo. Vou escolher três discos (que são quatro - um é duplo) dos Lambchop. Escolho estes três porque são os que conheço - parece que têm mais uns dois ou três anteriores, mas não estou para aí virado.
O disco fundamental chama-se Nixon. E se tivermos em conta que a banda se chama Lambchop temos a associação mais disparatada que alguém jamais arranjou para uma música ou outra coisa qualquer. O coitado do Nixon não é práqui chamado e, enquanto alguém não me convencer do contrário, lambchop só pode ser mesmo o que parece.
Mas voltemos ao cordeiro, perdão, à vaca fria... Este disco e os seguintes (Is A Woman e Aw C'Mon/No, You C'Mon - outro título fantástico) são das coisas mais belas, refrescantes e assim que se podem ouvir. Elegância em estado puro.
Como me faltam as palavras, certamente não se importam que cite o All Music Guide: «Lambchop was arguably the most consistently brilliant and unique American group to emerge during the 1990s. Their unclassifiable hybrid of country, soul, jazz, and avant-garde noise seemed at one time or another to drink from every conceivable tributary of contemporary music, its baroque beauty all held together by the surreal lyrical wit and droll vocal presence of frontman Kurt Wagner». É de perder o fôlego, damas e cavalheiros.
Olhem... como se ouvia num célebre spot da Rádio Comercial (aos anos que isto foi...) que saltava cá para fora nesta época: «Ouçam (ou seria oiçam?) e Verão».
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