Regresso a África
O leitor Carlos de Lisboa enviou-me um mail:
«Sobre o post Pequenas Incorrecções e porque o que quero é ser ensinado, diga-me de onde retirou esses números.
Já agora e enfim sempre é uma pergunta pessoal e pode não merecer resposta; visitou, habitou ou esteve nalguma província ultramarina antes, durante ou depois do 25 de Abril.»
Vejo que o leitor é adepto do método Louçã: se não tens filhos não podes debater o aborto; se não foste a África não podes debater a descolonização; enfim, se não te chamas José Lamego (o único português que lá esteve, por dentro, tempo qb) porque discutes o Iraque?
Nunca estive em África, pelo menos naquela. A partir daqui a conversa perde o interesse, porque o leitor não acredita em nada do que eu disser.
Acerca de África faço o costume: leio, tento perceber, ouço testemunhos de familiares que lá viveram (sim, dos tais retornados...). E retiro conclusões. Por exemplo: o 25 de Abril não resolveu o problema de África, como as décadas anteriores também não tinham resolvido. O 25 de Abril criou problemas novos a África como criou cá dentro. Infelizmente. Interessa-me, porém, o balanço global - e aí não aceito que se culpe o período de 74/75 pelos problemas, pelas males, que já lá estavam. De resto, basta ver o estado de miséria em que se encontra a generalidade da África negra - o PREC não tem as costas tão largas.
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