O ponto G
Pois, parece que há um programa de tv que usa e abusa de um certo estereótipo de gay. No Glória Fácil, opina-se e linka-se sobre o tema.
Nunca vi o programa, mas não custa imaginar o que seja.
Há a história do estereótipo - parece que a imagem de homem-gay que passa é aquilo a que costumamos chamar «amaricado». Efeminado, se quiserem - e aqui voltamos a entrar em estereótipos e nunca mais saímos...
O problema é que a tv é o território por excelência do estereótipo. Há uma série de que já aqui falei - L-Word, que passa no Fox-Life - que mais não é que um catálogo de lesbianismo. Há-as de todo o tipo, até das que gostam de homens. Mas essa é uma série sobre lésbicas, idealizada por uma lésbica, dirigida ao público lésbico - que, obviamente, todos adoramos ver, até porque tem um registo bem disposto. Essa série pode-se dar ao luxo de brincar com os estereótipos e até de os desmontar.
Esperar de uma tv generalista que, em Portugal, desconstrua o estereótipo gay é uma enorme ilusão. A tv, repito, trabalha quase exclusivamente com estereótipos - e isso não é apenas na ficção, vejam-se os telejornais, o modo como são abordados os temas, os alinhamentos. Tudo previsível, tudo estereotipado.
Por isso, a tv de grande consumo - dêem-me só aquilo de que gosto - só podia apostar no estereótipo do gay amaricado. Porque é essa a imagem que o povo tem dos gays.
Estavam à espera de quê? Que a televisão fosse um veículo para educar o povo?
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