Kennedy hoje
Em 30 de Setembro, lembrei aqui uma frase de que toda a gente conhece a primeira parte, mas cuja segunda ideia penso ser de uma actualidade evidente:
«And so, my fellow americans: ask not what your country can do for you - ask what you can do for your country.
My fellow citizens of the world: ask not what America will do for you, but what together we can do for the freedom of man.»
A frase é, obviamente, de John Fitzgerald Kennedy e foi proferida em 1961.
Hoje, no dia em se completam 40 anos sobre a morte de JFK, o Janela para o Rio interroga-se: «Estaria o mundo menos perigoso se Kennedy tivesse sobrevivido ao atentado?»
Estes exercícios probabilísticos demasiado deslocados no tempo de no contexto têm os seus perigos (embora fosse muito interessante alguém com conhecimentos na matéria fazer uma comparação com o que está a ocorrer e com a maneira como JFK lidou com a crise dos mísseis soviéticos em Cuba).
Mesmo assim, arrisco uma resposta, socorrendo-me de uma das pessoas que melhor conheceu o ex-Presidente americano e mais estudou o seu trabalho e legado. Trata-se do historiador Arthur Schlesinger, numa entrevista interessantíssima ao L'Express [É pena que não tenha link, a edição Net é só para assinantes. O DN publicou esta semana um excerto, mas penso que seria muito interessante a sua publicação na íntegra].
Diz Schlesinger sobre JFK: «Ele sabia escutar os diferentes argumentos e mostrava uma qualidade excepcional para ir direito ao coração dos problemas. Contrariamente ao nosso actual Presidente, ele tinha o sentido da História».«Para ele, a influência dos Estados Unidos no mundo deveria passar mais pelas ideias do que pelas armas. Penso que, se ele fosse presidente hoje, não teria intervido no Iraque. Repito: Kennedy não acreditava nas virtudes da guerra muito menos na guerra preventiva defendida actualmente pela Administração Bush. Na época, essa doutrina da guerra preventiva era verdadeiramente considerada coisa de loucos».
Estas palavras valem o que valem. Para mim, valem muito.
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