sexta-feira, 9 de janeiro de 2004

O Coutinho

João Pereira Coutinho é uma versão portuguesa do Diogo Mainardi. Embora não se saiba quem nasceu primeiro: se o ovo, se a galinha.
O homem é todo ele cheio de certezas definitivas [sobre isto, vale a pena ler o que escreve JPH, no Glória Fácil]. Impiedoso, o homem não critica, destrói. Ai de quem ele não goste. O homem funciona a preto e branco: há ele e as suas taras (dois ou três autores, uma mão cheia de amigos, pouco mais) e há o resto, que é tudo muito mau.
Mas o homem pouco interessa. O pior são os estragos.
O homem ofendeu-se quando o colocaram no sítio, na extrema-direita. O homem suporta lá a crítica, quanto mais a certeira. E, vai daí, amua. E promete voltar.
Foi o suficiente para que a corte de seguidores colocasse na coluna dos links o seu famoso site. Semanas e semanas nos links... e nada. Até que o homem lá escreveu umas larachas e o povo... uaaahh... embasbacado, aplaudiu. Sobre o que escrevia o homem? Não se sabe, o pessoal queria era aplaudir. Tudo o que ele dissesse seria genial. É sempre genial. Melhor que ele só o MEC, mas está reformado.
Agora o homem deixa esse megablogue que se chama Independente e vai para o execrável jornal do regime. Sim, o Expresso.
E agora?, pergunto eu. Como vão ficar as centenas (não exageremos, o fenómeno é limitado...) de admiradores que se revêem em tudo o que ele escreve e que, por isso, foram educados a odiar o Expresso? Como vão eles sair hoje à rua? Em Évora, por exemplo?