sexta-feira, 12 de novembro de 2004

Ponto

Chegou o tempo de fazer uma pausa. Não sei se de um mês, seis meses, um ano. Uma semana? Não sei. Pode até acontecer que não volte. Ao fim de 16 meses de permanente produção (interrompida apenas em períodos de férias), sinto necessidade de fazer uma pausa.

quarta-feira, 10 de novembro de 2004

Prémio Análise Política 2004/2005

Escusam de enviar mais originais, o prémio está entregue:
«A esquerda americana e a esquerda europeia não sabem lidar com este Presidente [Bush], porque, precisamente, não sabem lidar com a diferença».
Pedro Lomba, in Diário de Notícias.

O parasita de Lula

Diogo Mainardi volta a escrever sobre Lula na Veja desta semana. Todas as semanas Mainardi escreve sobre Lula. Não me lembro de uma semana em que Mainardi não escreva sobre Lula.
Isto levanta-me uma dúvida: não haverá aqui um problema de copyright? Ou, se quiserem, de parasitismo?

W.

Agora, se me perguntassem como acho que vai ser o segundo mandato, diria que estou optimista. Que o homem nos vai surpreender pela positiva.
Agora, se me perguntarem porque digo isto, digo que não sei.

Muros

O CAA [Blasfémias] lembrou-se de Reagan a propósito do Muro de Berlim.
É engraçado, eu também me lembro sempre de Bush a propósito do Muro da Cisjordânia.

terça-feira, 9 de novembro de 2004

De arrepiar

Uma jornalista da SIC disse que, após a queda do muro de Berlim, o desemprego e os baixos salários são o novo pesadelo dos alemães de Leste.
Foi o suficiente para que a espinha de FNV [Mar Salgado] se arrepiasse.
Veja-se: a jornalista não fazia qualquer equivalência, limitava-se a dizer que os alemães têm «novos» pesadelos, o que corresponde a dizer que já tiveram outros. Nem sequer diz ou insinua que estes são piores ou melhores que os outros.
Para o FNV, qualquer notícia sobre os alemães de Leste deveria ser sempre assim: «Os alemães de Leste têm uma das mais altas de desemprego da Europa, mas devem dar-se por felizes - viram-se livres dos comunistas». Ou melhor, esta necessidade de relativizar sempre tudo à luz da História obrigaria a que todas as notícias sobre a Alemanha incluíssem a frase: «... mas viram-se livres dos comunistas, e dos nazis, e da Idade Média, e dos dinossauros». De arrepiar a espinha.

Operação stop

Nada a declarar.

domingo, 7 de novembro de 2004

Coincidências de uma manhã de domingo

Os meus serviços de espionagem alertaram-me para um número invulgar de leitores encaminhados por via marítima. Fui ver... vinham do Ma-Schamba, das palavras simpáticas do JPT. Uns toques no touch pad e dou de caras com um texto sobre a Costa da Marfim. Ora aí está, é isso mesmo.
[Já agora, recomendam-se igualmente as pistas de reflexão do post «Americanologia (e outros bocados)»]

Marfim

O envolvimento das tropas francesas no actual conflito na Costa do Marfim é feito ao abrigo de claríssimas deliberações das Nações Unidas. Trata-se, de resto, de um caso exemplar - as Nações Unidas não apenas reagiram como o fizeram com meios (leia-se, tropas). Mas, enfim, foi a isto que chegámos - a total anarquia em que a administração Bush lançou as relações internacionais leva a que, numa total inversão de valores, se critique o que está a ser bem feito (ainda para mais, com custo de vidas...). Pobre mundo.

sábado, 6 de novembro de 2004

Militantes & profissionais

Quando vi um post no Abrupto intitulado AGIR COMO MILITANTES, RECEBER COMO PROFISSIONAIS pensei que era sobre outro assunto.

O «Expresso» no seu melhor

O que a Constituição Europeia diz, no art.º 12.º, é que a UE terá competência exclusiva na «conservação dos recursos biológicos do mar, no âmbito da política comum das pescas». Tal como terá essa mesma competência em áreas como a política comercial, política monetária e outras.
Disto, o Expresso fez uma notícia na qual diz que Portugal «perde direito ao mar», especificando que perdemos direito à «exploração e aproveitamento, conservação e gestão» do mar.
Uma notícia com passos de gigante...
Um dia destes, o Expresso - alguém por ele, que o Expresso nunca descobre nada... - ainda vai descobrir que a Constituição Europeia nos vai retirar o direito sobre a atmosfera terrestre.
[E isto nada tem a ver com ser pró ou contra a Constituição, entenda-se...]

sexta-feira, 5 de novembro de 2004

Estatismos

Porque será que as pessoas que são contra o intervencionismo do Estado são as mesmas que defendem o intervencionismo nos estados estrangeiros (vide Iraque)?
Liberais em casa, estatistas fora de portas?
[Este texto parece-me um bocadinho fora de tempo. Mas - que querem? - também tenho direito ao meu pequeno agenda setting.]

Condi, oh Condi !

A Sara Muller [Blasfémias] roubou-me, não um post, mas um link.
Ontem - tivesse eu tido tempo - era para ter recomendado aqui o site de candidatura de Condi [recomendo especialmente a zona do merchandising...]. E para acrescentar que, obviamente, o duelo com Hillary seria altamente estimulante. É claro que Hillary deixaria o Bush... perdão, a Condi grande distância.

Arafat

[Para memória futura.]
A televisão mostra israelitas que festejam uma morte anunciada.

quinta-feira, 4 de novembro de 2004

Desfocagem

A verdade é que uma parte excessiva do debate em curso sobre o controlo dos media tem mais a ver com a disputa de espaço mediático à direita, especialmente na área PSD.
É pena, porque o problema de fundo existe.

Tempo de heróis fáceis

Tenho tido muito que fazer (nota-se muito...?).
Hoje, dei uma volta pelos blogues do costume e descobri que há um novo herói da liberdade de expressão.
Fantástico!...
Que o poder perca o tino, parece-me normal. É da sua condição.
Mas o país começa verdadeiramente a naufragar quando aqueles de quem se espera mais sentido crítico começam a perder o mais elementar bom senso.

quarta-feira, 3 de novembro de 2004

America, 4 Novembro 2008

Hillary Rodham Clinton.

terça-feira, 2 de novembro de 2004

América, 2 Novembro 2004

this House is on fire!
kick off your boots, come and sit a spell
listen to me worry, come and listen well
all you better best come and lean in boys
cause I don't dare to raise my voice

I've been sitting here for the longest time
reading all the warning and the danger signs
I don't have the gift of the prophecy
telling everybody how it's gonna be

soon come, soon come the day this tinderbox
is gonna blow in your face
I don't have the gift of the prophecy
telling everybody how it's gonna be
you go passing wrong for right and right for wrong
people only stand for that for just so long

it's all gonna catch like a house on fire
spark an evil blaze and burn higher
well, I don't have the gift of the prophecy
telling everybody how it's gonna be
you go passing wrong for right and right for wrong
people only stand for that for just so long

I don't have the gift of the prophecy
telling everybody how it's gonna be
there's a wild fire catching in the whip of the wind
that could start a conflagration
like there has never been.
this house is on fire!
[Natalie Merchant, 2001]

E Bush

Às vezes, chego a pensar que o melhor é mesmo Bush ganhar e resolver o problema que criou.
Mas depois volto ao normal...

Kerry e a direita

A direita, alguma direita, descobriu agora que o melhor seria Kerry ganhar.
O argumento que por aí anda é simples - vamos então ver que resposta tem o fulano para isto. Isto é quase tudo, mas, no fim, isto resume-se ao Iraque.
Isto, perdão, aquilo está um atoleiro e não há tropas americanas ou eleições iraquianas que permitam pôr fim ao pesadelo.
Acontece que Kerry, obviamente, não tem resposta para o problema. Nunca teve. Aliás, ele, ao ter apoiado a guerra, fez (faz...) parte do problema.
Por isso, alguma direita que por aí anda jurando súbitos amores (!) por Kerry - tentando com isso entalar a esquerda europeia e a própria Europa - esquece o essencial.
E o essencial é que, do lado de cá do Atlântico, o que se questionou foi o começo da guerra. Vale a pena recordar - atacar o Iraque iria abrir uma caixa de Pandora e não iria resolver o problema essencial, o terrorismo. Foi isto que se disse.
Foi isto que disse e, sinceramente, não me sinto obrigado a apresentar, a ter, uma solução para um problema que não criei. Um problema para cujas consequências alertei a tempo. Repito, a tempo.
E pouco me importa que Kerry também não tenha. Acho até muito natural.