sexta-feira, 30 de setembro de 2005

Sondagens (II de II)

Eu, se fosse político, fechava os olhos e não lia as sondagens de entre sexta-feira de manhã e sábado de manhã. Eu, se fizesse sondagens, também não lia.

Sondagens (I de II)

Eu também acho que há um efeito Manuel Alegre nas sondagens que não corresponde ao real valor eleitoral do dito cujo. E que Soares está desvalorizado. E que há muita direita a inchar o Alegre, mais por puro gozo do que na expectativa de que ele reduza Soares a pó. Basta ler, nos media e nos blogues, as palavras de incentivo ao poeta e os apelos, cada vez menos velados, à desistência de Soares. E também sei que anda muita esquerda a votar Cavaco, que uns o fazem também por puro gozo, outros em protesto contra PS-Sócrates-Soares, e poucos, mas mesmo muito poucos, o fazem a sério. E menos ainda irão votar, de facto, Cavaco. O sol sorri, porém, para Cavaco, mas todos sabemos como estes números, conhecidos agora, podem ser do mais traiçoeiro que existe.
E até percebo a nervoseira de quem tanto se incomoda com as análises que os media fazem das sondagens. Mas números são números - eu até acho uma série de coisas que contrariam os números. Mas valem as minhas convicções mais que os números, por muito que eu ache que eles não batem certo?

quinta-feira, 29 de setembro de 2005

Machismos e coisas assim

Conheço um blogue onde pontificam duas mulheres, muito mulheres (if you know what I mean...), onde quem manda, mas manda mesmo, é um homem.

Agricultores

A gente passa pelo Alentejo, anos a fio, e aquilo é um deserto. Nada. De agricultura, nada. Em ano de seca, surge a oportunidade para o subsídio. E manifestam-se. Podiam, pelo menos, ter deixado as camisas Calvin Klein em casa.

Duplicidades

Lembram-se da Alta Autoridade para a Comunicação Social, esse quisto da democracia, coio de parasitas? Pois, desde ontem, é um bastião da liberdade de imprensa.

quarta-feira, 28 de setembro de 2005

O ruído

Sobre o referendo do aborto, acho divertida, simplesmente divertida, a polémica que sempre se instala acerca da oportunidade e da data. Tudo serve para não fazer.
Agora, até a igreja católica acha que o referendo dever ser adiado para depois das presidenciais. «O bom senso exige que não haja um ruído simultâneo de acontecimentos». Mas o que tem a igreja católica a ver com isso? O que a incomoda nesse ruído?
[É curioso. O ruído. Há quem fale, não dizendo nada, ou dizendo tudo, para evitar o ruído. E quem não fale de política a 12 de Outubro porque a 13 há aparições em Fátima. Ruído, pois.]

Falhas (no sentido freudiano)

Acho espantoso o silêncio (ou a falta de espanto...) pelas cada vez mais espantosas declarações do senhor Van Zeller sobre o negócio da TVI. Ver, por exemplo, a peça de hoje no Público (inlinkável).

Piada subliminar

Com essa fatiota, ainda acabam na comissão de honra do dr. Soares.

terça-feira, 27 de setembro de 2005

Um texto corajoso (II)

Um dos momentos mais interessantes da blogosfera actual está na caixa de comentários do post Advertência, do Luís [A Natureza do Mal II].
A reacção ao nojo do Luís pela política, pela hiperpolitização, pela degradação do debate político, não se fez esperar, os incentivos são generalizados. Eu também acho que abandonar as lides não é a solução, mas nisso, como no resto, cada um é o melhor juiz de si e dos seus gestos. O meio, como já escreveu alguém famoso que por aqui anda, é ácido. Como a vida, afinal.
A receita (!?) para sobreviver passa por encontrar um equilíbrio muito nosso. Importa o que dizem os outros, é certo, e mesmo, ou talvez principalmente, os silêncios. Mas nada substitui a nossa voz interior e nada é pior que a auto-castração.
Tudo isto para achar que o Luís agora não fala de política... mas ele já volta.

Sem sexo

A correspondente do Libération em Berlim falava hoje da campanha «assexuada» de Angela Merkel nas recentes eleições alemãs. Diz que começou com o entusiamo dos movimentos de mulheres e que até colheu simpatias noutros sectores políticos. Mas, durante a campanha, o discurso de Merkel nada tinha a ver com mulheres. Era um discurso assexuado.
Merkel deve, por isso
a) ser aplaudida porque as mulheres não devem usar o seu «estatuto sexual» como elemento diferenciador na campanha. Ela é política e só depois mulher?
ou
b) ser censurada por não ter usado o seu «estatuto sexual» como elemento diferenciador na campanha. Ela é mulher e só depois política?

domingo, 25 de setembro de 2005

Um texto corajoso

e, infelizmente, certeiro.

«A blogosfera a que consigo chegar é tão autista como os partidos políticos e mais fechada que os jornais, rádio e cadeias de televisão. Os blogs importantes têm fechadas as caixas de comentários e já publicam correio de leitores. Ninguém responde a ninguém. Ninguém fala verdadeiramente com ninguém. Há temas tabu, quase sempre por más razões.
Os que desde o início preveniam que a blogosfera não podia ser melhor do que o país estavam certos. Como sempre a razão destes não me alegra.
O ambiente político está tão degradado com a aproximação das eleições, apoderou-se dos intervenientes tal frenesim, que o risco de contaminação atinge todos os que não se afastarem convenientemente
Luís, in A Natureza do Mal.

O eixo dos comentadores

Estive a ver o Eixo do Mal. Aquilo é o state of the art do comentário político. Opiniões vincadas, definitivas, sobre tudo e sobre nada. Intrinsecamente contraditórias - o povo, por exemplo, tão depressa é parvo como inteligente. Fala-se porque sim, melhor, porque se é pago para isso. Sem o mínimo cuidado de informação, de saber do que se fala. A maior parte do que se diz não tem sustentação nos factos. Não é uma questão de opinião, são os factos. Escolhe-se do real aquilo que confirma as nossas convicções e ficamos satisfeitos. Exemplo? Estamos convencidos de que houve mão do PS no regresso de Fátima Felgueiras. Não há factos, há suposições. Mas isso não importa. E depois dizemos: porque está Jorge Coelho tão calado (topam a insinuação?)? Pouco importa que o homem tenha comentado a história (não a de Felgueiras, mas mesmo a do envolvimento do PS). Enfim, um dislate.
Mas o Eixo do Mal é apenas a versão cómica (será?) da coisa. Muito do comentário político que por aí anda - ponham os olhos nos blogues - é assim. Tudo se submete às convicções prévias de quem comenta. Uma tristeza.

sábado, 24 de setembro de 2005

Seasons

Apercebeu-se da chegada do Outono. Nem tanto pela luz filtrada do fim de tarde. Mais pelo bem que lhe soube a caneca de Mokambo, a torrada.

Anti-americanos (um jogo)

Fomos comprar um jogo Uno. Versão de plástico,Toys'r'us, €9,90.
Na embalagem, lê-se assim:

Clearly, America's #1 brand of family games!
!el juego familiar más popular de los EE.UU.!
Le jeu familial n.º 1 en Amérique, c'est evident!
O jogo número 1 da diversão em família!

Note-se o extremo cuidado em manter o ponto de exclamação em todas as versões. E a evidente omissão de referências à América na versão portuguesa.
Já somos todos americanos? Ou o nome da besta é impronunciável?

quarta-feira, 21 de setembro de 2005

E os anti-germânicos?

As eleições na Alemanha mereceram comentários entusiasmados cá pelo burgo. Alguns atiram-se mesmo aos alemães, tratando-os mais ou menos por estúpidos, pelo simples facto de terem votado mal - deviam era votar nas reformas, na Merkel. Votando como votaram, estão a condenar-se a si próprios.
Curioso é que ainda ninguém acusou o pessoal que anda a escrever isto de anti-germanismo. E, vejam bem, isto é bem mais grave que o anti-americanismo. O anti-americanismo, como se sabe, é apenas uma versão genérica do anti-bushismo. Ora, estas vastas e fundas análises sobre as eleições na Alemanha põem em causa os alemães, a sua incapacidade de se governarem. Não acham?

terça-feira, 20 de setembro de 2005

Coisas estatutárias

O comentador da RTP diz que Carrilho não ter perfil. Se dissesse o contrário seria expulso? Do PSD, quero eu dizer.

É só má-fé

Qual é explicação para este caso:
Há pessoas intelectualmente activas
ou
Há pessoas que vivem numa bolha anti-anti-americana?

domingo, 18 de setembro de 2005

Enviesamento (caso prático)

Há várias horas que a Euronews, nos títulos a cada hora, abre com as eleições na Alemanha e segue com um incêndio que houve hoje em Mortágua. Vejam bem, Mortágua quase tão importante quanto o governo da maior economia europeia...

A pergunta do mês

Porquê será que em Portugal há mais pessoas profundamente indignadas e preocupadas com o anti-americanismo do que nos outros países que conheço?

sábado, 17 de setembro de 2005

O artigo 171.º (CRP)

2. No caso de dissolução, a Assembleia então eleita inicia nova legislatura cuja duração será inicialmente acrescida do tempo necessário para se completar o período correspondente à sessão legislativa em curso à data da eleição.

Enviesamentos

Como sempre, são muito estimulantes as reflexões de JPP [Abrupto] sobre os media, desta vez, mais especificamente acerca do «enviesamento» da informação.
Ainda há dias JPP se interrogava se a questão Prisa/TVI não deveria ser tratada nas secções de Política e não nas de Media, como a generalidade dos jornais estão a fazer.
[A questão levanta outra mais remota - nos jornais de referência, a Política é a secção nobre, mas, de facto, é nas de Sociedade, Regional ou Economia, por exemplo, que mais política se faz. É lá que, de forma ora ingénua ora mais manipulatória, se tratam as questões reais da governação - saúde, educação, qualidade de vida, economia - e é lá que os governos são todos os dias julgados, por vezes sumariamente. Nas secções de Política, esgrime-se retórica, é o reino do vazio.]
É curiosa, esta proposta. O caso Prisa/TVI deveria passar para a Política porque, à partida, deveria ser feito um julgamento. De que aquilo não é um negócio, mas sim um negócio político. Ou seja, o alinhamento dos jornais deveria, no fundo, reflectir a agenda da oposição e não uma agenda mais tradicional, ligada ao tema em apreço. Tomando esse princípio, se a oposição acusar o Governo de conduzir mal o combate aos incêndios, eles passam da Sociedade/Regional para a Política, se a oposição achar que o Governo está a interferir na Liga de Futebol, o campeonato deve ir para a Política. E a inversa seria, obviamente verdadeira - se atendessemos aos desejos dos governos (sempre interessados em despolitizar tudo), as secções de Política ficariam às moscas.
Num cenário desses, os media ficaram ao sabor de agendas externas, políticas. Ou seja, de envisamentos externos. Enviasamentos esses que talvez já fossem positivos...

Constitucionalismos

Há quem ache que o referendo sobre o aborto deve encalhar na discussão das sessões legislativas. E sobre essa matéria há opiniões divergentes, mesmo entre constitucionalistas. Não se percebe é porque umas leituras hão-de ser mais válidas que outras. Obviamente, podemos sempre inverter os princípios básicos da democracia e defender que a leitura da minoria e dos seus constitucionalistas é mais iluminada que a outra. Aliás, podemos mesmo alargar esse entendimento à questão de fundo e determinar que, referendo ao aborto, só quando todos estiverem de acordo sobre a sua realização. Ou seja, nunca.

sexta-feira, 16 de setembro de 2005

O ponto G

Pois, parece que há um programa de tv que usa e abusa de um certo estereótipo de gay. No Glória Fácil, opina-se e linka-se sobre o tema.
Nunca vi o programa, mas não custa imaginar o que seja.
Há a história do estereótipo - parece que a imagem de homem-gay que passa é aquilo a que costumamos chamar «amaricado». Efeminado, se quiserem - e aqui voltamos a entrar em estereótipos e nunca mais saímos...
O problema é que a tv é o território por excelência do estereótipo. Há uma série de que já aqui falei - L-Word, que passa no Fox-Life - que mais não é que um catálogo de lesbianismo. Há-as de todo o tipo, até das que gostam de homens. Mas essa é uma série sobre lésbicas, idealizada por uma lésbica, dirigida ao público lésbico - que, obviamente, todos adoramos ver, até porque tem um registo bem disposto. Essa série pode-se dar ao luxo de brincar com os estereótipos e até de os desmontar.
Esperar de uma tv generalista que, em Portugal, desconstrua o estereótipo gay é uma enorme ilusão. A tv, repito, trabalha quase exclusivamente com estereótipos - e isso não é apenas na ficção, vejam-se os telejornais, o modo como são abordados os temas, os alinhamentos. Tudo previsível, tudo estereotipado.
Por isso, a tv de grande consumo - dêem-me só aquilo de que gosto - só podia apostar no estereótipo do gay amaricado. Porque é essa a imagem que o povo tem dos gays.
Estavam à espera de quê? Que a televisão fosse um veículo para educar o povo?

quarta-feira, 14 de setembro de 2005

Heartaches & Highways

Eu hoje, se tivesse tempo, gostava era de escrever sobre este disco. O título é lindo, a música ainda mais. E ela está cada vez mais.

segunda-feira, 12 de setembro de 2005

E agora, um post anti-britânico

Unhappiness 'is Britain's worst social problem' .

domingo, 11 de setembro de 2005

...de todos os portugueses

O Marcelo está a dizer para tirarem as bandeiras nacionais do baú...

À francesa?

Anda no ar uma certa comoção com o artigo de Cavaco que o Expresso se esqueceu de publicar em 2003.
O homem garante que não será Presidente à francesa. Como se fosse possível... Enfim, desde que não seja "à espanhola" o dr. Marques Mendes não se importa.
O povo não aprende. A única coisa que podemos ter como certa é que Cavaco (ou Soares) cumprirá a Constituição. O que não quer dizer absolutamente nada. Compare-se Soares I com Soares II, Sampaio I com Sampaio II e tirem-se as conclusões.

sábado, 10 de setembro de 2005

Flashback

Depois de o Expresso ter publicado hoje um texto de opinião de Cavaco escrito em 2003, a candidatura de Soares está a fazer chegar aos jornais os manuscritos do Portugal Amordaçado.

Anti-americanos primários

[o inimigo interno]

As autoridades norte-americanas recusaram 15 toneladas de ajuda alimentar da Alemanha para as vítimas do furacão «Katrina».
Acrescenta o “Der Spiegel”, as rações alemãs foram certificadas e consideradas sem risco pela NATO, sendo consumidas em intervenções militares comuns, como no Afeganistão.

Anti-americanos primários (galeria)

This land is your land
This land is my land
From California
To the New York Island
From the redwood forest
To the Gulf stream waters
This land was made for you and me

O apoio

Hoje não há novidades sobre os afectos presidenciais do engenheiro. Será que a implosão lhe modificou o humor? A promoção regresso às aulas estará a funcionar? Coisas que me angustiam... Tanto, tanto, que tenho evitado até passar perto de um dito supermercado.

sexta-feira, 9 de setembro de 2005

Anti-americanismo (caso prático)

Hoje, fomos almoçar ao Great American Disaster, no Marquês de Pombal. Juro: pensava que tinha fechado por falta de clientela.

País tablóide (iii)

Nos blogues também. Também há blogues tablóide. Sim, estou a falar de blogues anónimos, que publicam o que lhes vem à cabeça, que treslêem, que confundem árvores com florestas, opinião com factos. Uns grandessissímos tablóides é o que eles são.

País tablóide (ii)

O Governo, o Sócrates, os autarcas, o empresário. Os que já foram e os que são. Especialmente os que pensam que são. Todos foram à implosão. E as televisões e as rádios e os jornais. Todos foram. E o povo viu. Em directo e em diferido. Três segundos de pó. O país é, obviamente, tablóide de alto a baixo. Não se atirem ao Sócrates, ou aos media.

País tablóide (i)

Parece que os tablóides é que dizem a verdade. E qual é a verdade? Que Sócrates só fingiu que implodia, porque quem implodiu foi outro. Qual o interesse disto para a história? Zero. Mas, pronto, é a verdade. Eu pensava que a informação curiosa, o fait-divers, o anedótico, o incidental, era o território por excelência dos tablóides. Que aos outros competia descrever, analisar, o que é essencial. Parece que não. O que interessa é a verdade e a verdade é definitivamente tablóide.

Lições de economia

Quando vi um post com o título «Que tal umas lições de economia?!», assinado por Miguel Frasquilho [Quarta República], ainda pensei que era uma coisa autobiográfica, consequência da triste figura que fez, há dias, no Parlamento, com os números do desemprego. Enganei-me.

Anti-americanismo (mais um contributo)

Até a Economist, como nota Vital Moreira [Causa Nossa], aderiu ao anti-americanismo primário. Uma vergonha... O mundo está perdido.

quinta-feira, 8 de setembro de 2005

As contas do INE

Acho que vale a pena ir espreitando o Adufe nos próximos dias.

Vai um cubano?

O RAF e o João Miranda [Blasfémias] têm razão: aquilo de Cuba liderar o investimento em educação é de anedota.
Sobre Cuba, acho o que toda a gente normal acha: o único indicador que interessa discutir é o da democracia e, para esse, nem precisamos dos relatórios da ONU.
Reproduzi aquela informação apenas com o intuito de desmascarar a sacralização que por vezes fazemos destes números e relatórios.
Já agora, em especial para o RAF e a sua indisposição sobre os media, aqui vai um excerto de uma notícia de ontem
"Por trás da retórica do mercado livre e das virtudes da harmonização das regras do jogo esconde-se a dura realidade: alguns dos agricultores mais pobres do mundo são forçados a rivalizar, não com os agricultores do Norte, mas com os ministros das Finanças dos países industrializados", declarou Kevin Watkins, principal autor do relatório, num comunicado de imprensa.
Provavelmente, até tem razão. A retórica é que me parece um pouco excessiva para quem faz relatórios supostamente imparciais para aquela que deveria ser a mais imparcial das organizações. Mas os media é que têm as costas largas...

O regabofe

A nomeação de socialistas suspeitos continua em grande estilo:

Carlos Tavares, antigo ministro da Economia no governo de Durão Barroso, será o próximo presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), confirmou esta quinta-feira à agência Lusa fonte oficial do Ministério das Finanças.

Vamos então ao essencial

No Blasfémias apela-se a que se destaquem os aspectos positivos do relatório do PNUD sobre o desenvolvimento dos países. Parece que podemos aprender alguma coisa. Aí vai, então, um modesto contributo retirado do dito relatório: Cuba é o país que gasta a maior percentagem do Produto Interno Bruto (PIB) em educação.

Desesperadas em francês

O Índice de Desenvolvimento Humano
[que as Nações Unidas divulgaram ontem e em que Portugal, para variar, está cada vez pior]
passa ao lado das coisas importantes da vida.
Por exemplo: a França até pode ser rica, importante (enfim...) e tal, mas só a partir de hoje é que os franceses vão poder acompanhar as Donas de Casa (e ainda por cima no Canal + codificado, em aberto só na Primavera no M6 - e aposto que será dobrado - oh horror...).
O Libé dedica duas páginas ao événement e tem uma entrevista com Marc Cherry, o criador. Cliquem que está tudo disponível.

Anti-americanos primários

[Contributos para uma galeria]

quarta-feira, 7 de setembro de 2005

Volto já

Fui só fumar um cigarro [na verdade, estou é a escrever posts atrás de posts noutro blogue].

terça-feira, 6 de setembro de 2005

Vai um cigarrinho?















Este blogue estava a ficar perigosamente anti-americano. O cigarro é Marlboro.

Cuba libre

Há discussões que seria fácil alimentar. Um exemplo.
Escreve-se na Grande Loja:
O imperialismo americano é bom, sentença facilmente aduzida por milhares de cubanos desesperarem por um lugar numa instável embarcação destinada à América.
Ora a verdade é que, por cada cubano que quer sair de Cuba, há milhares a quem isso não passa pela cabeça.
Trata-se de uma questão de matemática, de lógica. E que, obviamente, nada tem a ver com a questão que realmente importa. A política.

segunda-feira, 5 de setembro de 2005

Hilariante

A senadora Hillary Clinton quer uma comissão de inquérito ao falhanço das autoridades americanas no caso do Katrina. É preciso denunciar: trata-se de uma anti-americana primária. Comunista. Uma louçã de saias. Uma vergonha...

domingo, 4 de setembro de 2005

Por exemplo

O candidato suplente do PSD às presidenciais, na habitual homilia de domingo, está a arrasar com inusitada violência a reacção de Bush ao furacão e o sistema político americano que se virou todo para o combate ao terrorismo e se esqueceu do país. Olhó comunista...

O meu pequeno mundo








Complexo, mas a preto e branco.

As doenças de certos (outros) intelectuais

Sou português, tenho opinião. Mas não devo ter opinião sobre a América, quando a América sofre ou erra. Não devo tratar a América como se fosse a espécie de segunda pátria que, na prática, é para a maioria de nós.
Não posso escrever sobre a América. Excepto, é claro, quando a apresentar, a torto e a direito, a título de exemplo de como as coisas devem ser feitas. Nomeadamente, se for em contraponto à alegada desorientação e decadência de Europa.
A América é o nosso ponto de referência, mas só se for para elogiar. Se nos passar pela ideia qualquer crítica, o melhor é olharmos para o lado.

As doenças de certos intelectuais

Critico Bush, ou a imagem que ele dá da América, sofro de anti-americanismo.
Se criticar Sócrates, ou uma certa ideia que ele tem de Portugal, sofro de quê? Anti-portuguesismo?

sábado, 3 de setembro de 2005

He loves me, he loves me not...

Belmiro, malmiro, belmiro, malmiro, belmiro, malmiro...

sexta-feira, 2 de setembro de 2005

Os desapoiantes

Abriu a época de caça. Nos bastidores, nos telefonemas, nos almoços, cada uma das candidaturas tenta pescar nas águas do adversário.
O PSD registou, e bem, que com Soares não estão agora apoiantes de outrora. Suspeito que, por exemplo, Cavaco, apoiante da segunda candidatura, não fará parte da actual comissão de honra.

Esclarecedor

O homem que dizia que tinha um plano para o Iraque não tem um plano para New Orleans.

quinta-feira, 1 de setembro de 2005

O Américo

Perguntam-me se conheço aquele senhor de bigode escuro muito marcado que hoje aparece ao lado de Mário Soares em 90 por cento das fotos dos jornais
[a anedota é ao contrário - quem é aquele senhor de cabelos brancos que aparece ao lado de senhor de bigodes?, mas agora não é disso que se fala]
e, de facto, até sei. É o Américo.