quarta-feira, 31 de agosto de 2005

Wishful opinion

Alegre é corajoso ou cobarde, a esquerda ganha ou perde em ir dividida, a direita ganha ou perde com mais ou menos candidatos à esquerda, APENAS conforme os desejos de quem opina.

terça-feira, 30 de agosto de 2005

E Alegre os fez tristes

Manuel Alegre fraquejou. No Blasfémias chora-se copiosamente.

Like an Angel

Este ano - vá lá saber-se porquê, estarei menos popular? - ainda ninguém me pediu para responder a um inquérito de Verão. Não faz mal, respondo na mesma. Por exemplo, à questão n.º 9:
- Que disco levaria para uma ilha deserta?
- Olhe, se fosse hoje, era o For The Stars, da Anne Sofie von Otter com o Elvis Costello. E só por causa da versão absolutamente fabulosa de Like an Angel Passing Trough my Room, um original dos Abba.

segunda-feira, 29 de agosto de 2005

Em contramão

O líder da oposição sugeriu ontem que o Tribunal Constitucional deveria ser chamado a pronunciar-se sobre as reformas dos funcionários públicos.
E porque não sobre as multas de trânsito, professor Marcelo?

domingo, 28 de agosto de 2005

Baralhando paradigmas

A série mais escaldante do estação corre no Libé. Há dias (Vendredi, c'est sodomie), a capa do suplemento de Verão tinha o seguinte título: «Les femmes, ces enculeuses. La sodomie se banalise chez les hétéros. Les femmes serait demandeuses, surtout côté actif.»
Alguém quer traduzir?

Blogues que resistem

blogues que, depois de mortos, continuam a vir à tona no Frescos. São resistentes. São blogues que se revoltam contra a vontade dos autores.

A higiene de um país

A limpeza coerciva das matas prossegue, paulatina. Esta noite é em Pombal. Podia ser noutro sítio qualquer.

sábado, 27 de agosto de 2005

Conselho de sábado

Eu, se fosse a Lucília, começava à procura de emprego.

Ambição loira, the comeback

[Ou Aguentem aí um bocadinho que só faltam três meses para o fim da crise... (onde é eu já ouvi isto?)]

«Get Up Lisbon» é o título do DVD duplo que a cantora Madonna gravou em 2004 durante os concertos realizados no Pavilhão Atlântico. O DVD será editado em Dezembro, adianta esta quarta-feira o Correio da Manhã. De acordo com a publicação, o DVD terá dois subtítulos - «Re-Invention Tour Live From Lisbon» e «I´m Going To Tell You A Secret?» - e incluirá cenas de bastidores captadas em diversas salas, nomeadamente no Pavilhão Atlântico.
[in Diário Digital]

Elas desesperadas 2

pessoas que têm preconceitos. Contra a ciência, por exemplo.
Só posso, por isso, agradecer à Blogotinha o link:
«Genetic differences in intelligence between the sexes helped explain why many more men than women won Nobel Prizes or became chess grandmasters», the study by Paul Irwing and Richard Lynn concludes. «For personal reasons I would like to believe men and women are equal, and broadly that's true», he [o autor do estudo] said. «But over a period of time the evidence in favour of biological factors has become stronger and stronger.»
[Actualização: a coisa, como temia, toma proporções universais. A Blogotinha manda-me ler um jornal australiano, de Helsínquia [Sob a Estrela do Norte] mandam-me para Londres. Espalhemos, então, a notícia...]

sexta-feira, 26 de agosto de 2005

Elas desesperadas

A Lusa publicou ontem uma notícia muito interessante, da qual não encontro rasto na Net. Alguém sabe mais alguma coisa? Como compreendem, o assunto é sério.

Um estudo britânico afirma que os homens têm um quociente de inteligência (QI) médio mais elevado do que as mulheres, segundo dados preliminares divulgados hoje na imprensa. Segundo o estudo, realizado pelos professores Paul Irving e Richard Lin, do Centro de Psicologia da Universidade de Manchester, acima dos 14 anos, os homens têm um QI em média cinco pontos mais alto do que as mulheres da mesma idade, diferença que aumenta nos QI mais elevados.

Desesperado com elas

Eram duas da manhã e ainda estava com mais um episódio do Donas de Casa, gravado poucas horas antes. Acho que, desta vez, na Fox. Acho... porque nunca sei a que horas passa a série e onde. Sic, Fox? Entre repetições, mudanças de horário, episódios aos pacotes, vale tudo. Enquanto não chega a versão DVD, o único remédio é ir espreitando as programações, gravar às escuras, o diabo a sete. Acompanhar a história, tornou-se uma aventura. No sábado, a Fox lá vai passar mais três episódios de enfiada. Já vi? Sei lá. É gravar e depois logo se vê.

quinta-feira, 25 de agosto de 2005

E não é que funciona mesmo?

Bastaram quatro visitas do primeiro-ministro aos fogos e duas interrupções de férias do senhor Presidente para que a coisa amainasse. Os comentadores tinham razão.

Os tipos dos estéreos

A f. [Glória Fácil] regressou de férias e a primeira coisa com que deparou foi com um anúncio de um detergente e coisa e tal, o achincalhamento da mulher e mais aquilo.
Ora eu acho exactamente o contrário. Que essa coisa do gajo vestido de mordomo que vende detergentes para a loiça a senhoras bem casadas se destina a perpetuar a imagem do eunuco (olhe que não, olhe que não, antes pelo contrário) sempre servil para a madame-dos-bonbons-ferrero-rocher.
Os malditos dos estereótipos.

quarta-feira, 24 de agosto de 2005

De arrepiar

Já alguma vez sentiram o som de um picador de gelo nas vossas costas?

One more waltz









And I'll dance with you in Vienna
I'll be wearing a river's disguise
The hyacinth wild on my shoulder,
My mouth on the dew of your thighs
And I'll bury my soul in a scrapbook,
With the photographs there, and the moss
And I'll yield to the flood of your beauty
My cheap violin and my cross
And you'll carry me down on your dancing
To the pools that you lift on your wrist.

sábado, 20 de agosto de 2005

Sous aucun pretexte

Sous aucun pretexte
Je ne veux
Avoir de reflexes
Malheureux
Il faut que tu m' explique un peu mieux
Comment te dire adieu
Mon coeur de silex
Vite prend feu
Ton coeur de pyrex
Resiste au feu
Je suis bien perplexe
Je ne veux
Me resoudre aux adieus
Je sais bien qu'un ex
Amour n'as pas de chance ou si peu
Mais pour moi une explication voudrait mieux
Sous aucun pretexte
Je ne veux
Devant toi surexposer mes yeux
Derriere un kleenex je saurais mieux
Comment te dire adieu
Tu a mis a l'index
Nos nuits blanches nos matins gris-bleu
Mais pour moi une explication voudrait mieux
Sous aucun pretexte
Je ne veux
Devant toi surexposer mes yeux
Derriere un kleenex je saurais mieux
Comment te dire adieu

quinta-feira, 18 de agosto de 2005

Eu abaixo assinado

A minha avó, que não sabia ler nem escrever, sentia um certo incómodo, vergonha mesmo, sempre que, para dar autentiticidade a um documento, tinha de sujar o dedo e deixar a impressão digital. Não tinha conhecimentos suficientes para saber que uma impressão digital vale mais, quanto à responsabilidade civil e criminal, que uma assinatura. Mas percebia que, tratando-se de uma questão de honra, de empenhar o seu nome num acto, nada poderia substituir o seu nome grafado pelo seu punho.
[Há por aí um ligeiro debate sobre castas associado a este da assinatura. Passo.]

Fogachos políticos

O Luís [A Natureza do Mal] é então presidente do conselho de administração de uma empresa. Mas (e este mas fará alguma diferença), essa empresa dedica-se, por exemplo, ao import/export (que raio de expressão) de madeira, e possui, digamos, 300 e tal armazéns pelo país fora. Acontece que, todos os anos, ardem, mais ou menos pela mesma altura, dez armazéns (ou parte desses armazéns, para ser mais exacto na metáfora). Para que a metáfora tenha um mínimo de credibilidade, falta acrescentar que, no conselho de administração, há um elemento que tem a seu cargo a gestão dos armazéns e outro a gestão de catástrofes, incêndios incluídos.
Eu peço desculpa de usar com o Luís esta linguagem burocrática, mas limito-me a cavalgar-lhe a metáfora. Porque eu sei que lhe doi a alma com os fumos da Pampilhosa, do Alvão (um Portugal que desconhecia e que, fascinado, descobri há uns dois anos), a Estrela, por aí fora... E é claro que reconheço que, por momentos, a política também se faz com o coração, embora seja no campo do racional que ela deve ter o seu campo privilegiado. Penso, por isso, que Sócrates fez bem em não ter interrompido as férias - o que, de resto, poderá ter alguns custos políticos.
Quanto ao resto, caro Luís, sou bem mais pessimista: a avaliar pelos últimos meses, oportunidades não me faltarão, muito em breve, no sítio onde leu o texto sobre os fogos ou noutro qualquer, para me chatear, muito a sério, com esta governação socialista. Prefiro é fazê-lo por questões de substância, não por esta espuma de Verão.

quarta-feira, 17 de agosto de 2005

Exclusivo, última hora

O Manuel acaba de escrever uma coisa sensata: «Dividir o mundo entre uns e outros é no mínimo contraproducente.»

Opinar sem se chatear (ou ser chateado)

O Manuel dá a conversa por acabada.
Como, para mim, nunca nenhuma conversa está acabada, ainda tenho duas ou três coisas a dizer:
1. Não vale a pena virem com a treta de que quero silenciar alguém, ou sequer que fujo ao debate (incluindo com com quem não põe o nome em baixo). O que escrevi, e repito, é que a valorização que dou às coisas é diversa. Dar a cara pelas suas ideias é a maior das liberdades - estas são as minhas ideias, a cada momento posso mudar, a cada momento posso concordar ou discordar de quem quer que seja.
2. Quando falo em pôr o nome é o nome. E não o nome feito. E a blogosfera é precisamente um dos melhores exemplos. Ao longo destes dois anos, habituei-me a respeitar muitas opiniões de pessoas que não tinham nome e que não têm acesso aos media tradicionais. Mas que são muito boas na análise e na opinião.
3. Para o Manuel (isso é perceptível no texto sobre Cintra Torres), opinião válida só mesmo a que é do contra. É um mundo feito de permanentes conspirações e de agendas secretas. E às vezes as coisas não são assim.
4. O Irreflexões mete-me no saco dos «pouco habituados a terem de provar o seu valor», frase pela qual só o posso mandar bardamerda. Não tenho feito outra coisa na minha vida profissional que provar, a todo o momento, que sou capaz.
5. O Manuel deixa cair, às tantas, uma frase que resume esta conversa: Ter opiniões e visões sobre o mundo sem ter de se chatear por causa disso. É, obviamente, um direito de qualquer cidadão. Havendo, em contrapartida, quem se ache no direito de discordar.

Pergunta do dia?

E o sr. Cintra Torres? É um submarino de quem?

Opinião, anonimato e responsabilidade

Que se escreva de forma anónima nos blogues nunca me incomodou. De resto, este blogue já teve, quanto à assinatura, configurações diversas. Sendo formalmente anónimo (JMF nada quer dizer), na substância nunca o foi.
Que os blogues, mesmo anónimos, exerçam uma função de watchdog em relação aos poderes, sejam eles políticos ou mediáticos, também não me incomoda. Sou daqueles que acha que as cartas anónimas não devem ser publicadas, mas que o seu conteúdo é passível de investigação. Contextualizo, por isso, as denúncias sobre pessoas e factos que vou lendo nos blogues, assim como nas muitas notícias baseadas em fontes anónimas. No que a matérias de facto diz respeito, quase que por tique profissional, habituei-me a joeirar as coisas, a tentar perceber o que é facto factual e o que não passa de facto ficcional.
Já quanto à opinião, tudo muda. Que valor tem uma crítica, uma opinião, face a um político, um juiz, ou um jornalista, quando essa opinião vem de alguém que se esconde atrás do anonimato ou do pseudónimo? Nesses casos, não estamos, de facto, perante opinião, mas apenas face a bocas. Equivalem àqueles apanhados de rua que as televisões fazem quando querem saber o que pensam as domésticas e os desempregados acerca da contenção da despesa pública. Podem ter um interesse lúdico, para quem não tem mais nada que fazer. Pouco mais.
PS: o josé, que escreve na Grande Loja, salvo erro num comentário no Quarta República, acerca desta questão do anonimato, vai buscar Cunhal para dizer que nunca ninguém se incomodou com o pseudónimo de Manuel Tiago. Isto é misturar alhos com bugalhos. Trazer o pseudónimo literário para a conversa é colocar a opinião dos blogues ao nível da ficção. É claro que se uma opinião destas tivesse sido expressa, por um exemplo, por um magistrado, eu ficaria bastante preocupado - que raio de critérios usará ele na sua vida profissional? Mas, como se trata de uma opinião anónima, passo à frente.

terça-feira, 16 de agosto de 2005

Já agora...

... poderá o Manuel esclarecer-nos acerca da coragem que é necessária ou do que é preciso abdicar para ter opiniões fortes e polémicas e incómodas para os poderes em blogues feitos por antigos e actuais assessores de gabinetes governamentais, filhos de famosos advogados da praça, ou simplesmente em blogues colectivos tipo «sociedade anónima», if you know what I mean.

segunda-feira, 15 de agosto de 2005

'Tadinho do Mainardi

Isto da escrita é uma coisa tramada. Escrevemos e, vaidosos que somos, achamo-nos graça e chegamos a pensar que temos razão.
Por exemplo, o Manuel cita uma data de tralha do Mainardi [com uma insinuação final que não me apetece comentar]. Fiquemo-nos pelo Mainardi. Por exemplo:
«Para fazer polémica é preciso se indispor com muita gente e estar disposto a perder muita coisa.»
Acontece que o Diogozinho, antes de se dedicar exclusivamente a escrever na Veja e a dar entrevistas sobre si próprio, vivia em Itália, onde (diz noutra entrevista) escrevia um livro de três em três anos. Pergunto eu: de que vivia o menino, do que foi obrigado a abdicar, com quem se indispôs (além de Lula, é claro)? Poderá o Manuel elucidar-nos?

Os comentadores comentados

O Abrupto publica um mail de Estrela Serrano, criticando os que criticam as férias do primeiro-ministro, e que toca num tema pouco debatido na blogosfera: a (ir)responsabilidade dos comentadores. Um excerto:
.
«É verdade que não temos escolas de formação de quadros políticos e que os nossos governantes saem, em geral, dos quadros partidários, muitos deles com passagens breves por instituições públicas ou privadas, sem grande conhecimento da sociedade que depois vão "governar". Mas, essa impreparação também existe em muitos comentadores, oriundos do jornalismo e de outras áreas, de quem se esperaria uma intervenção informada e consistente, pela responsabilidade que detêm no espaço público mediático, mas que pouco mais fazem do que desenvolver um criticismo sistemático dos políticos do governo ou da oposição, feito de frases sonantes ou de sínteses apressadas de leituras em diagonal. Essas frases sonantes, tanto mais repetidas quanto mais demolidoras se revelarem, correm o risco de afastar os (poucos) que ainda lêem jornais e votam em eleições. Dir-se-ia que o deserto de ideias que se nota nos governantes existe também nos seus críticos.»

U2 (reposição)

[O Verão é o tempo por excelência das reposições. Enfim, presumo que apenas por falta de motivo. Ou de paciência para fazer de novo. Aí vai, então, um copy & paste de um texto aqui publicado em Setembro de 2003.]

A Uncut de Outubro (à venda esta semana em Portugal) dedica a capa aos U2 e ao disco The Joshua Tree, editado em 1987. A revista lembra que foi com aquele disco que a banda conquistou o mundo, leia-se a América. E a generalidade das referências da música pop/rock assinalam-no como a obra-prima do grupo irlandês.
Como bónus, a revista oferece um CD de música americana In God's Country, The Music That Inspired The Joshua Tree. A América terra sagrada, terra de todas as utopias. Nas vozes de Woodie Guthrie, Hank Williams, Elvis, Robert Johnson, Staple Singers, John Lee Hooker... Enfim uma recolha séria, muito séria, das raízes, não apenas de Joshua, mas de toda a música pop/rock.
Se tivesse de eleger uma música símbolo das décadas que vivemos, não teria dúvidas em optar pelos U2, apesar de nem estar no topo das minhas preferências.
Os U2 não inventaram nada, não influenciaram especialmente os seus contemporâneos, não sintetizam na sua música as tendências marcantes destes anos.
O que os torna únicos e paradoxalmente emblemáticos é a maneira como fazem convergir na sua música (ainda não falo das letras...) coisas tão próprias, se bem que por vezes contraditórias, dos tempos que vivemos: uma certa tensão, o desespero, a falta de horizontes, a claustrofobia num mundo a que já demos a volta e no qual não sabemos que mais fazer, mas também a desejo de tentar romper fronteiras, uma violência lírica, um inconformismo sem cedências.
A batida, o baixo poderoso, as guitarras agrestes, a electrónica planante. Tudo colocado ao serviço de um conceito estético muito peculiar.
Nas letras, nos temas, nas causas que abraçam, os U2 representam, igualmente, esta época de desesperos e esperança. Ilusões e desilusões. Uma época sem referenciais, uma época em que sobreviver pode ser a causa derradeira. Sobreviver por entre alguma beleza, a verdadeira utopia.

domingo, 14 de agosto de 2005

Mainardi

O Diogo Mainardi é um betinho da elite brasileira com jeito para o português. Apenas isso. Escreve mal do Lula numa perspectiva do contra. Uma espécie de Vasco Pulido Valente, mas com alvo. Ele não critica acções concretas, objectivas, de Lula. Ele critica TUDO em Lula. Como a velha cassete do PCP em relação aos capitalistas. Tudo mau. Não percebo qual o interesse deste tipo de posições. Nem o arrojo de quem as toma.
Quanto ao resto, por muito paradoxal que isto lhe pareça, sou muito menos optimista que o Manuel. A realidade continuará seguramente a ser dourada com pílulas, aqui e lá. It'a a never ending story.

Milagres de Verão

Em alguma blogosfera, os noticiários da TVI tornaram-se subitamente modelos de jornalismo.

As férias exemplares

No país onde os juízes, professores e mais uns tantos têm meses de férias. No país onde cada feriado equivale, em média, a dois ou três dias de ausência do trabalho, entre pontes e outros expedientes. No país onde os servidores do Estado têm um vasto leque de cláusulas que legalizam a balda. No país que tudo faz para garantir as mais baixas taxas de produtividade do mundo civilizado e do outro mundo. Nesse país, clama-se que o primeiro-ministro não pode ir de férias. Porque o país «está a arder», como esteve em todos os verões da nossa memória. Porque, obviamente, o exemplo tem de vir de cima. E nós, sem exemplo, somos lá capazes de sobreviver.

Em chamas

Voltando a Vilar Formoso. Num rápido zapping por duas ou três estações de rádio, sou informado de que «vários distritos continuam em chamas».
Eu sei que o dr. Louçã caiu em desgraça entre os opinion makers. E que o dr. Costa - função oblige - idem aspas. Mas eles têm razão. As labaredas andam descontroladas pelos media.
PS: e onde estão as muitas almas que se indignaram com o circo mediático de Entre-os-Rios? E que elogiaram a discrição dos media nos atentados de Londres? Pois...

sábado, 13 de agosto de 2005

Fora de contexto

Há dias, a fronteira de Vilar Formoso era o prelúdio do fim do mundo. O ar abafado, o horizonte em tons de vermelho sujo, o ar irrespirável. O fumo parecia desconhecer Schengen, respeitava a fronteira. No Rádio Clube, passava There's a Kind of Hush, dos Carpenters, a canção mais estupidamente feliz que existe à face da terra. Percebi que algo não batia certo. Estava de regresso à Pátria.