- Jotinha, nem acredito. Pela primeira vez, vais de férias sem mim. Sabes, pelo menos, quando voltas?
- Sei lá se...
Everybody Knows This Is Nowhere - Neil Young
- Jotinha, nem acredito. Pela primeira vez, vais de férias sem mim. Sabes, pelo menos, quando voltas?
O Euro já lá vai e Lisboa continua com bandeiras à janela.
Passei numa livraria e reparei que há uma nova edição (Assírio?) do esgotadíssimo Uma Coisa Em Forma de Assim, de Alexandre O'Neill.
Acho que foi o Paulo Gorjão que, há uns tempos, se questionava sobre o facto de a maioria dos blogues portugueses serem anónimos e de isso estar, de alguma forma, relacionado com um défice de democracia em Portugal.
Pacheco e Pereira e José Manuel Fernandes são as duas opiniões que a Economist de amanhã cita num artigo chamado «Here comes the mayor».
"Agora eles (Os israelenses) tem como chefe de estado um homem (Ariel Sharon) que mesmo um inquérito israelense reconhece como responsável pela morte de entre 800 a três mil palestinos desarmados, a maioria mulheres e crianças, em Sabra e Chatila em 1982.
Durão Barroso não fugiu?
Na falta de outra forma para o fazer,
Apanhei o metro na Linha Amarela. Quando reparei que ia para o Rato, saí apressadamente na penúltima estação. Fui acometido do síndrome Vitorino.
Leio-me, releio-me e não consigo encontrar a frase, ou algo que permita alguém concluir que eu pense que:
- Jotinha, amor, está aqui o Sócrates ao telefone...
O João Miranda, em directo da redacção do Inimigo Público:
O MacGuffin beliscou-se por causa de uma coisa que escrevi sobre o Médio Oriente. Esperando que não se tenha magoado, esclareço:
O Cruzes Canhoto acabou. Em glória - morreu por uma causa.
Voto obrigatório?
O CAA despede-se. Foi dos primeiros bloggers com que me cruzei nestas andanças, no excelente Mata-mouros. Concordámos muitas vezes sobre algumas coisas, discordámos quanto a outras. As suas apreciações bloguísticas de domingo à noite foram um must. Nos últimos tempos, o CAA tinha perdido algum brilho - coisas da Nova Democracia...
Achei especialmente apropriado aquele atentado, hoje em Telavive, 48 horas após o acórdão do Tribunal de Haia que ilegaliza o muro e em cima da habitual reunião semanal do Conselho de Ministros de Israel.
Então, lá fomos ver o Shrek 2.
O João Miranda [Blasfemias] acha que a «crise das democracias» é apenas uma frase feita.
Discute-se agora como vai ser. Como vai o Presidente controlar as políticas do novo Governo - ele, que exigiu fidelidade aos compromissos de 2002 - e como vai o Governo conformar-se - não hostilizar, pelo menos - com o Presidente?
Vital Moreira, no Causa Nossa, escreve sobre o «sampaísmo constitucional», nomeadamente sobre o papel que Jorge Sampaio se atribui na fiscalização das políticas concretas do governo.
Maria de Lurdes Pintasilgo era uma mulher de uma generosidade e disponibilidade enormes. Há-de haver - tem de haver - algures um caminho fora dos caminhos comuns para um mundo melhor. Acho que era isso que ela procurava. A sua voz vai fazer-nos muita falta.
Uma das principais causas da crise em que está mergulhada a democracia ocidental tem a ver com a quebra de confiança entre eleitores e eleitos. Que pode ser resumida numa frase: «Que fazem com o meu voto?»
«Nós estamos perante a maior crise desde o dia 25 de Abril.»
- Jotinha, não estás a ouvir? Parece um avião a hélice.
Por falar em cinema... quem está a preparar um novo filme é Roberto Benigni.
Michael Moore diz que divulgará todas as provas que conduziram ao filme Fahrenheit 9/11.
Na Veja desta semana, há um anúncio de duas páginas que fala de nós. É da cachaça Pirassununga 51 e reza assim: «Cachaça 51, para os portugueses matarem as saudades da terrona» e, mais abaixo, «aprecie em reais o que os portuguses estão pagando em dólares».
Numa entrevista ao El País de hoje, o primeiro-ministro do governo iraquiano, Ayad Alawi, diz isto: «Queremos a pena de morte por um tempo limitado».
Agora era a minha vez de recordar que, no ano 2000, o governo mandou distribuir pelas escolas o chamado kit patriótico - bandeira, hino e mapa.
Agora puseram uns televisores nas estações de metro. Como se escreve no Cibertúlia, «já nem para debaixo de terra se pode fugir...» O problema, curiosamente, nem está no que se vê - uns spots idiotas a tentarem passar por notícias - mas no som. Aquilo está sempre altíssimo, agride. Se não houver uma lei que proíba tal anormalidade, haveria de haver, pelo menos, o bom senso.
- Então, Jotinha? Estás tão calado...
Marcelo está em directo na TVI, Santana está em directo na RTP, Proença de Carvalho está em directo na SIC-Notícias.
Do discurso que o Presidente da República fez hoje aos jogadores portugueses que estiveram no Euro, gostei especialmente de um parágrafo:
Para evitar aterragens suaves - para quê a suavidade, se a malta precisa mesmo é de aterrar? - nada melhor que esta notícia do Diário Económico:
Os jornais de hoje estão cheios de anúncios patrióticos, eufóricos, a transbordar de auto-estima. Não comento a mensagem - até me parece que têm razão - apenas a manha. Aqueles são, claramente, anúncios feitos antes do jogo, anúncios que dão para os dois lados - para a vitória e para a derrota.
No Montanha Mágica - residência habitual do bom gosto - fala-se de futebol, mas também se mostra bom ténis.
A Rita Lee acaba de cantar (em playback), no programa do Herman José (as coisas a que uma pessoa se sujeita...).
As coincidências são o que são. Umas indiscretas - aparecem quando menos se espera.
Nas vossas análises socio-filoso-políticas acerca da onda de patriotismo de bandeira à janela, não esqueçam - sem as fábricas e lojas chinesas, e os seus escudos cheios de pagodes, nada disto teria sido possível.
O santanista Henrique Chaves acaba de se exaltar, na SIC Notícias, contra a «procissão» em Belém e o «tempo» que o Presidente está a levar para tomar uma decisão.
Num deserto sem água
16:12. JPP retrata-se (mas não se retracta...), assim. Homem só em paisagem difusa, quase natureza morta.
Os blogues trouxeram para um espaço mais ou menos mediático um conjunto de pessoas que, de outra forma, teriam mais dificuldade em fazem ouvir a sua voz. Algumas dessas pessoas cultivam o antiquado prazer da reflexão. O Adufe é um caso notório. Há um ano que o faz. Está de parabéns.
Segundo os relatos da imprensa de hoje, Manuela Ferreira Leite ter-se-á penitenciado de declarações mais duras feitas nos últimos dias e garantiu que ninguém pode pôr em causa o seu «amor ao partido».
Um popular ouvido ontem à noite pelas televisões, dentro de um carro ostentado as cores da bandeira, dizia: «Antes do jogo da Espanha, tirei o carro da garagem de disse para a rapaziada - pintem-no com as cores da bandeira para dar sorte».
Constitucionalistas, calai-vos.
Jorge Sampaio acaba de anunciar - num directo SIC Notícias tipo twilight zone - que não tenciona ouvir Felipe Scolari sobre a crise política reinante. A seguir, recebeu a rainha Fabíola (!). Ignora-se se Sua Alteza se dirigiu a Belém respondendo ao chamamento de alguma SMS.
Nunca hei-de perceber: por que razão a malta da direita não grama os monárquicos.