sexta-feira, 29 de abril de 2005

O malandro do centrão

O MS [Mau Tempo no Canil] teoriza sobre o «apagamento reflexivo do grande centrão» que terá dado espaço aos extremos. É verdade e não é. Porque os melhores pensadores portugueses ainda estão no centrão (veja-se, por exemplo, o leque de colunistas do Público). O fenómeno é outro e quase exclusivamente mediático: os extremos têm hoje sucesso porque toda a esquizofrenia, entendida enquanto busca incessante, doentia, do novo e do diferente, é o que está a dar. Daí o sucesso dos noticiários da TVI, das Quintas das Celebridades, etc, etc, passando pelo Bloco de Esquerda e pelos seus filhos de direita.
Já agora que falas do «apagamento reflexivo do grande centrão», recordo-te o que escrevi ali mais atrás - tudo o que a nova direita escreveu este ano sobre o 25 de Abril já o tal centrão anda a dizer há décadas.

O queijeiro...

De partir o côco é o Manuel [Grande Loja do Queijo Limiano] chamar-me demagógico. A mim. Logo ele... Hi Hi...

Deturpações

Com estes (O Insurgente) nem nas coisas mais insignificantes consigo estar de acordo. Por exemplo, escrevem «jmf em grande», quando já fiz coisas muito mais interessantes e eles nem repararam. É injusto.
[Na caixa de comentários, o Miguel escreve: Por ultimo a história do "agora já têm uma revista" já tinha sido contada pelo Daniel Oliveira no Expresso. Só faltou acusa-los de estar ligados ao capitalista Mello. Distracção minha, confesso. Até porque o número que saiu hoje tem anúncios do grupo Mello...]

Da utilidade da estupidez

Excelente exemplo, Rui [Adufe].

O TdN feito pelos ser leitores (c)

Andava-ma atravessada essa "nova onda", da "nova direita", que de novo tem apenas a arrogância, o elitismo e o messianismo neoconservador vestido com a pele de cordeiro. Perdoe-me a expressão fora de moda: mas eles são apenas e só reaccionários bem na vida, um pouco como alguns revolucionários chique. Com estas masturbações para trás ficam sempre os problemas das pessoas reais. Mas o que é que isso interessa?
José Carlos Matias

Da reversibilidade das coisas

Nem tudo é reversível, meu caro AMN [A Arte da Fuga]. Por exemplo, não é possível pôr O Acidental a nascer antes do Barnabé.

Duas memórias e um desafio

O PPM (O Acidental), talvez por excesso de Alka Seltzer (ou será de Delingpole?), não atina quando me classifica - começa em «socialista centralista», prossegue com «filho esquerdo do Bloco Central» e termina com «revolucionário». Se calhar, é a mesma coisa. Mas como nunca li Hannah Arendt...
Mas, enfim, se tiver paciência, o PPM talvez pudesse reparar que:
1. Uma semana após o 25 de Abril, no comício do primeiro 1.º de Maio, já Mário Soares torcia o nariz a um certo 25 de Abril. Nos (muitos) meses que se seguiram não fez outra coisa, por palavras e actos (por acaso, quando até era arriscado fazê-lo...). Está a ver quão sagrada é a data...
2. A descolonização. Não queria ser chato, mas se o PPM lesse a famosa entrevista da Avillez ao bochechas era capaz de encontrar lá algumas respostas às perplexidades que agora assaltam os seus amigos historiadores. Por exemplo, que nas colónias estávamos perante movimentos guerrilheiros de orientação marxista a combaterem contra portugueses cujo único pensamento era regressar à terrinha Natal. Enfim, pormenores.
3. Espantoso é que, três décadas volvidas, uma certa direita esteja a descobrir esta pólvora.
4. Quanto ao resto, caro PPM, que tal publicar uma listinha dos directores de jornais, rádios e televisões e respectiva orientação política para percebermos melhor do que fala quando fala da «predominância objectiva da esquerda nos meios de comunicação social»?

Será maçonaria? Será seita?

O FN [No Quinto dos Impérios] responde ao meu post anterior com uma saraivada de enigmas dignas de registo:
1. Calduços? O que é isso?
2. Alka Seltzer para tratar a bílis? Será mesmo o mais adequado?
3. James Delingpole? Quem é? [o link para o Times é a pagar, pelo que vou continuar na minha tranquila ignorância]
4. Bloco de Esquerda em Westminster? Isso tem alguma coisa a ver com James Bond?
Esta «malta» é mesmo muito estranha...

Os filhos ilegítimos do Bloco

Há uns tempos que andam por aí. Primeiro em jornais de culto, depois nos blogues, agora no mais puro mainstream, ou seja em todo o lado. Até já têm uma revista. É possível reconhecê-los a léguas – passam a vida a dizer que o mundo está dominado por uma secreta aliança esquerda-media. Aliança, digo eu. Porque, para essa malta, os termos equivalem-se. Vivem, por isso, obcecados com aquilo a que chamam pensamento único. Dizem que estamos dominados, nos media, na política, na universidade, por esquerdistas mais ou menos assumidos. Eles acham que toda a gente anda com o pensamento formatado por essas teorias esmagadoras, imperialistas, inimigas do desenvolvimento, atrofiadoras. Eles têm, pois, uma missão – desmontar a cabala global. Por isso, estão sempre do contra. Ou melhor, gostam de dizer que estão sempre do contra. Porque o verdadeiro problema dessa malta é que, verdadeiramente, eles não estão do contra. Eles, à custa de estarem do contra, multiplicaram-se, invadiram toda a esfera pública, e agora são eles já uma espécie de pensamento único.
O método é simples – se se fala do Iraque, eles inventam que a maioria está contra a guerra porque se deixaram enganar por uns parolos que são contra a guerra. Porque nós não percebemos que a guerra é que é boa. Por isso, eles (re)descobriram a América. E acham-se proprietários da dita. Por isso, vêem inimigos da América em todo o lado. Por exemplo, na Europa. Ah, como eles detestam a Europa – porque a Europa, dizem, não gosta da América. Na Europa, dizem, os intelectuais de esquerda e os media ainda dominam tudo. Na América, não. Porque a América tem Bush. É um dos ídolos deles, não porque invadiu o Iraque, mas porque pôs a Europa no seu sítio. Na sua galeria de heróis, colocaram agora o Ratzinger. Porque se alguém (quem? os media, a esquerda…) se atreve a dizer que a escolha do novo Papa desiludiu é porque não percebe nada de nada. Conservador até ao tutano é o que está a dar. Esta malta toda tem, de resto, apesar das aparências indicarem o contrário, um cheirinho a água benta.
Domesticamente, esta malta adora zurzir no Estado. Contra aqueles que vivem à custa dele. Quem? Adivinharam – os media e a esquerda. Pois é, verdadeiramente, esta malta já não surpreende ninguém.
Mas o mais curioso desta malta é que eles nasceram como que em oposição ao Bloco de Esquerda. Se não fosse o Bloco, esta malta não existia. Porque eles só existem em contraponto ao Bloco. Aqueles moinhos de vento contra os quais lutam são única e exclusivamente as ideias do Bloco. Que eles tomam como corrente dominante da sociedade. É vê-los por aí a argumentar – espreme-se e que sai? Apenas manifestos anti-Bloco. Mas essa malta não beneficiou apenas da existência do Bloco, a tal esquerda cujos valores são hegemónicos. Beneficiou igualmente dos media (a outra face negra da coisa…), a qual, com problemas de consciência por ter impulsionado o Bloco, dá agora espaço generoso aos que a ele se opõem.
E é assim que está criado o monstro – dois extremismos que se digladiam na praça pública, como se representassem maiorias, quando, no fundo, são pouco mais que nada.

quarta-feira, 27 de abril de 2005

25 de Abril sempre (sempre) II

Sobre o 25 de Abril conseguem-se sempre perspectivas inovadoras.
Agora há esta, citada por esta rapaziada. Resumindo: «Quando festejarmos a boa sorte dos 8 milhões, reservemos um minuto para nos lembrarmos da má sorte dos outros 16 milhões [os habitantes dos palop, perdão, colónias].»
1. Por distracção, o historiador-que-tem-a-verdade-absoluta-na-ponta-da-caneta escreveu «boa sorte dos 8 milhões», que eramos nós. Ora isso contradiz todas as teorias da direita iluminada, segundo as quais o 25 de Abril a) nunca existiu, b) nunca deveria ter existido c) existiu mas foi uma desgraça. Distracção, claro está. Que não se repita.
2. Quanto à má sorte dos outros 16 milhões... a) sempre estavam melhor em guerra colonial que em guerra civil, b) a nossa ditadura era melhor que a dos soviéticos. O relativismo sempre deu um jeitão do caraças.

O rio

O Springsteen é óptimo de uma ponta à outra. Mas The River (1980) escapa a classificações. Os tempos lentos, a garra do saxofone, o órgão quase sempre presente, o contraponto com as guitarras, a voz na sua maior energia. Um épico da América.
Pois, já perceberam. Ainda não ouvi o último, Devils & Dust.

terça-feira, 26 de abril de 2005

25 de Abril sempre (sempre)

À pergunta «onde estavas no 25 de abril», a direita inteligente, este ano, dividiu-se. Uns ficaram pelo marcelismo (de Caetano...), porque lá é que era bom, havia desenvolvimento e, bem vistas as coisas, até liberdade. Outros atiraram-se para o 25 de Novembro, porque foi lá que tudo começou, entenda-se, a liberdade e o desenvolvimento. Do 25 de Abril, propriamente dito, não querem nem ouvir falar. Espantoso.

Retrato vai, retrato vem

1. Confirma-se que Ribeiro e Castro, novel líder do CDS, já telefonou para o PS a pedir a devolução do retrato do Freitas?
2. Confirma-se que o mesmo Ribeiro e Castro vai levar o retrato de Paulo Portas, numa das próximas viagens a Bruxelas, para o entregar ao seu (de Portas...) companheiro de aventuras Durão Barroso?

O Camelo (II)

Flores e Abelhas lembra-me que há outro restaurante Camelo, na praia da Apúlia. Mais sossegado - excepto no Verão e fins-de-semana - e mais centrado nos peixes. E - agora informo eu - para os mais apressados, há uma versão centro comercial junto à estação de Viana do Castelo. Todos rigorosamente interditos a adeptos de dietas, claro.

segunda-feira, 25 de abril de 2005

25 de Abril sempre

O Camelo, em Santa Marta de Portuzelo, continua a servir em grande, sendo que grande é aqui em sentido muito literal. Isto, apesar da afluência que já obriga a parques de estacionamento por toda a aldeia e da recente especialização em casamentos e baptizados (se tiver tempo, hei-de falar disso por aqui). A comida, quem conhece sabe, é do mais genuíno que por aí se apanha, em versão minhota, rústica, pesada. Da última vez, o cabritinho no forno estava um exagero de confecção e apresentação, o sarrabulho e os rojões divinais. Só o bacalhau tinha um pouco de pickles (!!!) a mais. O ambiente era sereno, apesar de tudo, o vinho, apesar de alentejano e apesar da casa, digno da companhia (da comida, entenda-se). E, claro, como era dia disso, o sr. Camelo trazia cravo vermelho ao peito. Recomendável, muito, ora essa.

sexta-feira, 22 de abril de 2005

Patrões, uni-vos

Semanário Económico, pág. 30: «Menos portugueses arriscam ser patrões - taxa de actividade empreendedora caiu de 7% para 4% entre 2001 e 2004».
Os blogues liberais, que passam a vida a bradar contra o Estado, a defender a livre iniciativa e a criticar a falta de incentivo para a criação de empresas, notem bem aquelas datas: entre 2001 e 2004.

Ai Caracas, que chegámos à Madeira

Tenho alguma simpatia por Hugo Chávez e nenhuma por Alberto João Jardim.
Mas conheço poucas pessoas com traços tão similares - ambos eleitos e reeleitos democraticamente com esgamadoras maiorias, ambos desbocados para lá do razoável, ambos com um especial gosto pelas posturas provocantes, ambos praticantes de um personalismo pretensamente iluminado, ambos auto-imbuídos da missão de tirarem a sua terrinha da miséria. Divide-os apenas a ideologia - e daí as migalhas de simpatia que tenho pelo Hugo. Não me espanto, por isso, quando as novas luminárias da direita se atiram encarniçados ao Chávez - a ideologia cega-os.

Condoleezza também acha que Bush é Hitler

Sabem onde está o famoso retrato de Freitas que o CDS mandou para a sede do PS?
Pois é... no gabinete de Condi.

quinta-feira, 21 de abril de 2005

Fé - caso prático

De Ratzinger, reaccionaríssimo assumido, dizem agora muitos que será Papa surpreendente e bom. Homens e mulheres de fé, está bom de ver.

quarta-feira, 20 de abril de 2005

Nem tudo corre mal

O Xupacabras voltou.

B-Sides

Não gosto de dar conselhos. Mas também não gosto que me culpem de não vos avisar. B-Sides & Rarities, Nick Cave em caixinha de três CD, não é o que parece, restos de colecção. É do melhor que por aí anda. Cru, belo, demencial. E vale bem os 25 euros.

terça-feira, 19 de abril de 2005

Disclaimer

Aqui não há fumo. O fumo prejudica a saúde. E não só, como se provou hoje.

O Conclave

Estava na Sic Notícias quando as imagens se misturaram. Num rectângulozinho, fumo negro; na pantalha, Portas, o Paulo. Por breves instantes, presumi que tal fumo anunciava a falta de acordo sobre o referendo do aborto. E que o Portas, Paulo, anunciava, urbi et orbi, o prolongamento do seu pontificado. Só caí na real quando, à civil, atravessa a Sala das Bicas o Louçã, Francisco. O Papa negro.

segunda-feira, 18 de abril de 2005

Notícias

Esta notícia é interessante. Mas esta também é muuuuiiito interessante.

Uma boa ideia

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domingo, 17 de abril de 2005

Crítica sem sentido - um exemplo

O texto de António Barreto, no Público de domingo, é um excelente exemplo da crítica que não vale a pena ter em conta.
Argumenta: a lei de limitação dos mandatos é má porque, entre outras razões, «é uma lei de uma classe política que desconfia de si própria. Que não resiste à tentação.»
Argumento extraordinário: todas as leis têm por base a desconfiança sobre a bondade humana. Porque haveria de ser diferente com os políticos?
Enternece esta súbita crença de Barreto na bondade dos homens.

Ousar resistir

Um dos combates mais interessantes dos próximos tempos é perceber até que ponto os socialistas vão resistir aos media.
Exemplo: nos últimos dias, seja a propósito da entrevista de Sócrates à RTP seja acerca da lei de limitação de mandatos, vários actores mediáticos (jornalistas e comentadores) depreciaram fogosamente os socialistas.
Noutros tempos, tal seria motivo mais que suficiente para um recuo, ou, no mínimo, para grande algazarra interna. Vamos agora ver como reagem estes novos socialistas.
A reacção dos media era, em grande medida, esperada. Os media abominam tanto a novidade como a falta dela. Se Sócrates nada diz de novo (ao fim de um mês, se o fizesse, seria preocupante...) leva nas orelhas. Se mexe em qualquer lei, cai o Carmo e a Trindade, porque não era para mexer, ou não era para mexer assim.
Trata-se de uma constatação sobre os media - a sua permanente irrequietude, cujos resultados práticos são uma espécie de conservadorismo involuntário - e não de uma crítica aos que, nos media, assumem as posições que atrás se assinala.

Os donos da bola

O Jornal de Notícias e o 24 Horas lembram hoje aos mais distraídos que a manchete do Expresso - Pinto da Costa e as meninas - já eles tinham dado, tal e qual, há uma semana.

sexta-feira, 15 de abril de 2005

O catálogo do Lidl

Segundo os últimos dados do Bareme (estudo de audiências da Marktest), o Dica da Semana é a quinta publicação mais lida em Portugal (a seguir ao JN, Notícias Magazine, Proteste e Correio da Manhã).
O Dica da Semana é o catálogo do Lidl. Que um milhão de portugueses diga tratar-se de um dos seus jornais de referência diz mais sobre o estado do país que sobre o estado da imprensa.

A entrevista

José Sócrates pensará que deu a entrevista perfeita à RTP. E, muito provavelmente, tem razão. Isso, porém, pode, a prazo, virar-se contra ele. Porque os momentos de perfeição na política são sempre pontos de referência - para quem tem quatro anos de governo pela frente, a gestão das expectativas é fundamental.

quinta-feira, 14 de abril de 2005

Tarados são os outros (2)

Há um dedo que circunda um umbigo. E depois outro. O apelo da pele. E depois vem um carro que desce pelas curvas dela. Uma montanha. Pois, tarados são os outros.

Tanta Casa já enjoa?

Há várias horas que as televisões estão em directo e em enlatado à volta da Casa da Música. E ninguém protesta. Conclusão: as avalanches informativas são como tudo na vida - há as boas e há as más.

quarta-feira, 13 de abril de 2005

Influentes ?

Estive a folhear o número especial da Time sobre os 100 mais influentes do nosso tempo. Estranho... Não encontrei nenhum blogue português.

Os ciclos do Diesel

[ou a prova de que o TdN é um poço de cultura]

Eu juro que, quando o Mercedes parou no semáforo ao meu lado, só olhei para a condutora (que não terá reparado na minha existência, mas isso é outra história). Longe de mim entrar nas entranhas da máquina. Mas o assunto parece ser mais polémico do que parece à primeira vista. Luís Bonifácio (Nova Floresta) junta-se à conversa e esclarece:
Motor de explosão ou motor de combustão externa é exactamente a mesma coisa. O termo motor de "combustão interna" é o mais antigo, pois surgiu como oposição aos motores de combustão externa (máquinas a vapor). Tanto os motores a gasolina como os motores diesel são motores de combustão interna ou de explosão. O motor a gasolina foi inventado por Nicolaus Otto (Sócio de Daimler) e segue um ciclo próprio com o nome do seu inventor (Ciclo de Otto). O Motor Diesel foi inventado por Rudolf Diesel como um motor destinado a produzir força motriz industrial usando combustíveis mais pesados (diesel, fuel, etc), que eram mais baratos que a gosolina Otto. Apenas 50 anos mais tarde foram aplicados em automóveis. O ciclo deste motor é chamado ciclo diesel.Como complemento, o ciclo dos motores a vapor é denominado Ciclo de Carnot.
Acrescenta o Luís que quem quiser saber mais é ir a http://www.keveney.com/Engines.html (tem ilustrações animadas e tudo).

Cars and girls (uma reincidência)

Passa na televisão um anúncio que confunde um carro azul com o comprimido azul. Tarados são os outros.

terça-feira, 12 de abril de 2005

Diesel

Uma pessoa escreve sobre «cars and girls», arrisca-se a que lhe chamem machista ou coisa parecida, põe-se a discutir modelos (de carros...) e, afinal, erra no essencial.
«Só para dizer que não há carros a diesel, apesar de já aparecer essa nomenclatura em algumas bombas de gasolina. O que na verdade há é carros a gasóleo, uns com motor Diesel (nome do engenheiro que fabricou o primeiro) outros com motor Perkins.»
Foi isto que a Cecília, do Muito Errante (vale a pena ir lá espreitar a exposição de Chagall), me disse por e-mail.
E, depois, ainda me enviou uma rectificação e mais alguns dados técnicos:
«Também me enganei e numa das informações que lhe dei. Perkins não é um tipo de motor, mas uma fábrica de motores diesel. Já agora, vai tudo o que falta sobre o assunto. Há dois tipos de motores, os de explosão (Otto), que funcionam a gasolina, e os de combustão (Diesel), que funcionam a gasóleo.»
Combustão, explosão... pois, era disso mesmo que eu falava.

segunda-feira, 11 de abril de 2005

Post-it

Actualizar a lista de links.

Não vota, entrevista

Maria João Avillez escreveu (no Expresso?) que, se vivesse no Porto nas últimas legislativas, teria o problema resolvido - votaria PSD, porque o cabeça de lista era José Pedro Aguiar Branco, um PSD bom. Neste momento, Maria João Avillez está a entrevistar Aguiar Branco na SIC.

domingo, 10 de abril de 2005

Rádio Macau, sábado à noite, Lx

Constatação: os anos passaram. Por eles e por nós. Nota-se muito?

Cars and girls

Há uns anos, os Prefab Sprout decidiram informar o mundo de que «some things hurt more, much more, than cars and girls». Note-se que não se trata de «cars with girls». Aí outro galo canta, seja num Clio, ou num Mercedes. Embora eu ache que o António só mira os Clio para rimar com cio.

sábado, 9 de abril de 2005

Pedro, não vás

Estive a ver Santana no congresso. Não é justo que o PSD nos roube aquilo. Logo agora, que está na oposição e nada tem a perder.

sexta-feira, 8 de abril de 2005

Loira no Mercedes

Apresentou-se no semáforo ao volante de um potente Mercedes pesado a diesel. É da minha vista, ou mulheres lindas e frágeis combinam com carros de grande cilindrada?

Multidão e fúria

Sou de pouca fé. E teimo em pensar que a fé é uma coisa íntima. Que as manifestações públicas e colectivas dessa mesma fé assumem um carácter para-político, que ultrapassa a intenção original. Vejo as multidões destes dias em Roma e só consigo ter medo. Toda aquele gente junta, unida por qualquer coisa de intangível. Aquela gente, manipulada ou simplesmente embalada, seria capaz das coisas mais terríveis. Curiosamente, não consigo imaginar multidões a praticarem o bem.
PS: antes que alguém decida pensar que censuro seja quem for, deixem-me sublinhar que respeito aquelas pessoas. Os seus gestos individuais.

Hipnose

Uma das coisas engraçadas da papamania mediática é quando as televisões decidem emitir várias peças sobre o mesmo assunto, montadas provavelmente a horas diferentes, com as mesmas informações. Esta noite, vi um bloco de 15 minutos em que a única informação útil é que «milhões» de pessoas foram a Roma ver o Papa. O resto era um amontoado de depoimentos e imagens várias, montadas em blocos perfeitamente aleatórios. Uma xaropada de efeito hipnótico.

quinta-feira, 7 de abril de 2005

Não se percam nas curvas

MS [Mau Tempo no Canil] parece duvidar da influência decisiva das curvas na música moderna. É, de facto, uma área em que existe talvez excessiva (!?) contemplação e falta de estudo e sistematização. Mas algum trabalho de casa tem sido já feito. Por exemplo, é seguro afirmar que Jennifer Lopez surge de perna mais torneada nos vídeos de música latina, enquanto que nos vídeos mainstream está mais franzina. E poderíamos ainda elaborar sobre a importância da música no lançamento (!) da lingerie de Kylie Minogue, ou da coincidência do declínio musical (??) de Britney Spears com a maior exposição dérmica (!). Matéria não falta, portanto. Mas, para não dizerem que só as curvas interessam à indústria musical, há sempre o famoso vídeo dos White Stripes com a Kate Moss [dirigido por Sofia Copolla] a servir de desmentido [atenção, banda larga recomendada e Real Player necessário...]. Kate Moss e curvas não rimam, como se sabe.
[Agradecimentos especiais aos Galarzas por estarem sempre na vanguarda dos fenómenos das curvas... perdão da música e, à falta de melhor, revelarem a capa do novo de Mariah Carey, acompanhado de poema (!???). Um enorme bem haja.]

quarta-feira, 6 de abril de 2005

Imagens

Uma das coisas que me impressionou no pós-guerra do Iraque foram aquelas marchas de milhões de xiitas a caminho das cidades santas de Najaf e Karbala. Acho que alguns jornais falaram mesmo em «fanatismo».

terça-feira, 5 de abril de 2005

Jornais - um caso

Número de páginas inteiras de auto-promoção num jornal de 60 páginas que se publicou hoje em Lisboa: 10.

Vamos ao que interessa

Ouvido no rádio - Mariah Carey tem novo disco.
Vamos ao que interessa - e já tem telediscos?

Não se aprende nada...

... pois é, mais uma prova: na televisão não se aprende nada.

segunda-feira, 4 de abril de 2005

Somos todos católicos (?)

Estamos mergulhados numa liturgia global. A falta de distanciamento é total. E geral.
Os media, voluntariamente (dir-se-ia que entusiasticamente...), são porta-vozes do Vaticano. Haverá hipótese de fuga?

sábado, 2 de abril de 2005

Os sinos da minha aldeia

Os sinos da igreja de Benfica tocam, a intervalos, desde um quarto para as nove.

Círculos de afectividade

O tempo e as prioridades (que raio de coisa...) fazem com que, às vezes, salte em círculo por meia dúzia de blogues. Pico um e outro para saber novas de coisas que já espero - o que vai ele dizer disto? será que comenta aquela coisa?
Mas, depois, há o tempo. Quando se tem tempo, quero eu dizer. E é aí que dou voltas pelos meus círculos de afectividade. Sítios a que não vou todos os dias, onde não procuro nada de especial, aos quais nada me liga a não ser não sei o quê. Mas onde acabo sempre por voltar.
Foi num desses sítios, a Bomba Inteligente, que me apercebi há dias que outro desses sítios, A Montanha Mágica, fazia anos. Decidi não dar parabéns, porque tinha decidido imitar aqui a vida, onde quase do meu aniversário me esqueço. Mas, hoje, na Bomba Inteligente, reparei que havia festa, nostálgica, por sinal. E não resisto ao beijinho.

Evidências

O espectáculo mediático em que a morte anunciada de João Paulo II está a decorrer tem a activíssima colaboração do Vaticano. Porque João Paulo II assim o quis. Foi o Papa quem escolheu sofrer em público, adoecer em público, morrer em público. É o corolário lógico do seu pontificado. VLX (Mar Salgado) não percebe isso e vocifera contra os media. É engraçado, não me espanta...