Último de 03
Bom 2004. Melhor que 2003.
Everybody Knows This Is Nowhere - Neil Young
Se 2003 tivesse de ser condensado apenas numa referência, não hesitaria: Sérgio Vieira de Mello.
370 quilómetros quase em linha recta, paralelos ao mar. O conta-quilómetros a oscilar entre a cóima e a apreensão de carta.
Já por mais de uma vez aqui escrevi sobre o papel de serviço público (diria, cívico) que os media podem ter, quando é a inteligência que os guia.
A SIC passou à hora de jantar, pela 184.ª vez, a anedota dos três alentejanos que discutem como será a vida depois da morte. Foi nos Malucos do Riso. A anedota não tem piada alguma, mas isso não importa. Acontece é que as últimas 15 vezes que a SIC passou aquilo um dos actores (Camacho Costa) já estava morto. Não me importo nada de ver programas com mortos, de ver cinema com mortos, ler livros de mortos, ouvir música de mortos. Mas incomoda-me a forma corriqueira, sempre a aviar, como a SIC repete as piadas com o morto.
O Jaquinzinhos acha que a esquerda acha que a posse de um BMW pelo vizinho é um índice relacionado com a riqueza.
O blogue entra assim na nossa vida. Assim.
Nelson de Matos surpreendeu-me por uma momentânea falta de perspicácia acerca dos livros de Luis Fernando Verissimo. Pergunta: «Se ele [eu] diz que já tem a edição brasileira, para que quererá agora a portuguesa?» Oh homem, eu não quero. Eu quero é que o Verissimo seja mais lido em Portugal. Ganhava o Verissimo, ganhava a Língua Portuguesa... e ganhava a Dom Quixote. E, já agora, ganhava eu, que pagaria menos pelas futuras edições...
Esclarecida, penso eu, a parte da conversa relativa à inutilidade da revelação partidária, vamos ao centro da questão.
O Pedro, do Dicionário do Diabo, lançou-me há dias um apelo que - vejam lá como os Correios andam nestes dias de Natal - foi parar ao Pedro, do País Relativo. A verdade é que o primeiro Pedro teve culpas no cartório - nem sequer preencheu o campo do destinatário. Como o primeiro Pedro voltou ao tema - e antes que o apelo caia novamente na caixa de correio errada - aí vai a resposta. Como isto dava para um livro, a maioria dos pontos são abordados superficialmente. Desenvolveremos, a pedido.
Os últimos dias (semanas?) foram política, o Iraque, política, Saddam, o aborto, política, o Iraque...
E o que foi Donald Rumsfeld fazer ao Iraque em 1984, quando foi fotografado a cumprimentar Saddam Hussein?
Edgar Morin, numa curta entrevista ao Le Monde, mostra-se discordante com todo o barulho feito em França à volta do véu, da lei da laicicidade, etc. Porque, no fundo, diz ele, o problema não era tão grave que merecesse tanta preocupação política e legislativa. Utiliza mesmo uma expressão curiosa: «Utilizámos uma marreta para partir um ovo».
«Afinal». É assim que começa um dos textos da Visão desta semana.
Quando um destes dias escrevi sobre a dificuldade de julgar Saddam estava a pensar mais no domínio do simbólico - até que ponto é razoável uma democracia julgar uma ditadura?
O Bloguitica informa-nos que a Heidi Klum está grávida.
«Muito estadista engravatado também foi apanhado numa toca, só que mais confortável que a de Saddam.»
O Mário (estarei a repetir-me?) insiste em levar-me por bons caminhos. Agora, mandou-me uns lindos postais de Natal e recomenda-me que me afaste um bocadinho da política.
O Avatares e o Cafageste puseram-se a falar das comparações entre «sexo e futebol». Como devem compreender, só posso falar pelo que leio. E, se o tema é esse (ou qualquer outro....), o Luis Fernando Verissimo tem algo a dizer:
Agora foi Jorge Ritto!!!
Saddam era aquele fulano com bigode. No Iraque, todos tinham bigode. Mas Saddam era mesmo aquele.
Perguntam-me dois leitores o que quero dizer com as dúvidas acerca de um julgamento justo de Saddam. Será que defendo a sua eliminação pura e simples?
Quando, há uns semanas, se começou a falar da questão do aborto, lembrei que me parecia um debate condenado ao fracasso. As bases políticas que conduziram à coligação no poder deixavam muito claro que seria impossível qualquer mudança da lei. Hoje, a coligação pôs ponto final nas especulações dos últimos dias acerca de uma eventual abertura a equacionar o assunto. Este é um daqueles casos em que o CDS/PP faz questão de impôr a sua marca ideológica. E em que, pelos vistos, o PSD não se importa.
Há frases que se repetem, que se repetem, entre a ingenuidade e a hipocrisia, e que, de tão repetidas, já nada significam.
Ahhh... reparo agora: o editorial do director também é sobre o «vento que passa» (recordações de juventude...?). Pronto, a jornalista enviada a Bagdad, por esta vez, está desculpada. Que não repita a graça?
Começo a dar alguma razão à malta pró-Bush no Iraque.
Na última semana, os opinion makers deram em fazer contraponto entre as atitudes de Carlos César, nos Açores, e as de Ferro Rodrigues, em Lisboa, acerca da pedofilia.
É claro que se o Jaquinzinhos não se ficasse só pelas fotografias poderia relatar-nos o que disseram Mário Soares, Jorge Sampaio e António Guterres (três socialistas... brrr) sobre Cuba e o regime cubano nas várias cimeiras ibero-americanas em que participaram ao lado do ditador. E, já agora, o que fizeram Sampaio e Guterres quando a cimeira se realizou em Havana. (E, a propósito, de que falavam Rumsfeld e Saddam?)
Passadas 36 horas, a que se resume a reacção à captura de Saddam Hussein na blogosfera inteligente?
Nããã... acho que, antes, ele ainda vai publicar uma foto do Pervez Musharraf com o George W. Bush.
Aposto que a próxima foto que o Jaquinzinhos vai publicar é a do Durão Barroso no casamento da fillha do José Eduardo dos Santos.
Todos os partidos políticos têm pessoas destas - fazem muito barulho, mas contam pouco quando chega a hora de decidir. No PS há, entre tantos outros, António Brotas. Ele faz manifestos, ele dá conferências de imprensa, ele tem espaço nos jornais quando os jornais precisam de alguém que diga mal do líder e ninguém se chega à frente... Mas, quando chega a hora de contar votos, ou seja lá o que for, nada.
A revista Nouvel Observateur desta semana tem um dossier sobre o racismo na Europa, com especial enfoque no anti-semitismo. Na linha das posições defendidas pelo Aviz e pela Rua da Judiaria, numa troca de ideias que tivémos há dias. Quem estiver interessado no tema, tem ali muito que ler.
O canal 1 da RTP está a transmitir em directo um jogo de futebol entre os Amigos de Ronaldo e os Amigos de Zidane.
... só para manter a reputação e a pedir para ser seviciado pela Helena Matos e por outros polícias de costumes.
Aos muitos leitores que aqui chegaram enganados pelo Jaquinzinhos, só me resta pedir-lhes desculpa. É carapau de corrida... não sabe o que diz.
A queda de um tirano é sempre motivo de alegria.
Uma das canções de Serge Gainsbourg de que mais gosto, em dueto com Jane Birkin, é La Décadanse.
Não foi apenas Saddam que os americanos apanharam hoje no Iraque. Fomos todos nós, os que andámos aqui a defender o terrorismo, a ditadura, o fundamentalismo islâmico. Todos nós, que andámos aqui a dizer mal dos americanos (abençoados, sejam!!! Hip, Hip), dos ingleses (idem, idem...) e (hossanas, hossanas...) do nosso Zé Manel.
Gostei.
http://www.sky.com/skynews/article/0,,30000-1115282,00.html
http://news.bbc.co.uk/2/hi/middle_east/3317429.stm
Vejo a palhaçada que reina na Brigada de Trânsito da GNR há várias semanas e pergunto-me onde estarão aquelas pessoas muito preocupadas com a «crise de autoridade do Estado» quando, nos governos do engenheiro Guterres, houve uns problemas na PSP.
Lambram-se de Daniel Schneidermann, o famoso crítico de media do Le Monde despedido porque publicou um livro em que chamava mafisosos aos administradores do... Le Monde?
Resisto a alinhar no coro de críticas sistemáticas aos políticos. Mas quando ouço certas coisas...
O Estrangeirado de Paris manifestava um dia destes uma fé sem limites no marketing político. Vale a pena aclarar algumas ideias.
Há dias, falei do espanto que me causou o facto de Jane Birkin ter ido actuar a Telavive e à Faixa de Gaza. Espanto pela pose que a moça costuma adoptar e também pelo repertório mais ou menos provocatório que costuma apresentar.
No essencial, concordo com a argumentação do Bloguitica acerca da estratégia de JPP no artigo sobre as presidenciais. Quando escrevi o desafiador Blogues versus media - velocidade não era propriamente o Bloguitica que estava a interpelar, mas mais os blogues que se reclamam directamente da área PSD/CDS/PND e que se encontram estranhamente silenciosos.
Está desvendado o mistério sobre quem é o verdadeiro número dois de Durão Barroso. Com aquela barba à Fernando-Nogueira-quando-jovem, Morais Sarmento arrasou a concorrência.
O NMP, do Mar Salgado, pede-nos o impossível. Quer que tratemos com «equididade» os líderes democraticamente eleitos e os «torcionários».
Preciso da vossa ajuda.
Vamos lá a ver se percebo.
O Bloguitica tem razão, e não tem, quanto ao artigo de JPP sobre as presidenciais.
Há uns meses, os auto-elogios dos blogues incluiam o facto de estes serem muito mais velozes que os media tradicionais a perceberem a importância de certas matérias.
Ela há com cada maluco. Então não é que o JPH, do Glória Fácil, queria escrutinar o que dizem os políticos, perceber se falam verdade, ou mentem. Há pessoas que se entretêm com cada coisa...
No caso do afastamento das empresas europeias dos negócios do Iraque, há um aspecto que tem sido negligenciado - a reconhecida e superior seriedade das empresas americanas.
Imaginem que um grupo de valentes cubanos decidiu desviar um avião dessa pátria de todos os horrores chamada Cuba para a pátria de todas as liberdades chamada Estados Unidos.
O artigo de Pacheco Pereira, hoje no Público, sobre A questão presidencial no PSD, é de uma inteligência e clareza que me parecem raras no comentário político em Portugal. É um daqueles artigos que se baseia apenas no bom senso - o seu conteúdo deveria, pois, ser evidente para todos. Mas não é - no turbilhão político-mediático anda tudo baralhado, o fundamental é apresentado como acesssório, o acessório tem honras de primeira página.
O Bloguitica, na sua imensa paciência, pergunta-me se não tenho mais nada a dizer à Grande Loja. Tenho, é claro, mas temo perder o meu rico tempo. Quem por aqui passou nos últimos meses percebe que não fujo ao debate, antes pelo contrário. Gosto é de alguma razoabilidade, seriedade se quiserem. Ora é isso que não vejo na GL. Aquilo é um simples chorrilho de disparates embrulhado de muita prosápia. A GL está para o debate de ideias como o terrorismo está para a política.
Sobre o Je t'aime moi non plus, eis como Jane Birkin descreve a gravação, no site de Gainsbourg [Cuidado, tem música - já agora, tentem adivinhar de onde vêm estes acordes]:
«Deixem a Madeira em paz. Se quiserem ver-se livres de nós, com muito prazer, mas de uma vez por todas. Não me chateiem. Estou farto que se metam com as coisas da Madeira lá no continente, ainda por cima com deturpação dos factos», Alberto João Jardim, in Público (copiado do Cibertúlia).
Descobri hoje um novo blogue, Classe Média, que tem uma característica interessante. Classifica os seus links em Alta Sociedade, Em Apreciação e Ambivalências. Quando comecei a ler, ainda alimentei esperanças de estar «em apreciação», mas não - estou nas ambivalências. Logo eu, que ainda ontem foi apelidado de nazi por ter dito que certa rapaziada tinha tido um momento de ambivalência.
Contributo para um eventual debate acerca da hierarquização do mal [referi este tema quando, esta semana, escrevi sobre o anti-semitismo]:
Jane Birkin, de quem falei há dias, esteve esta semana no Médio Oriente. Cantou em Telavive e na Faixa de Gaza. Gostaria de saber que repertório levou àquelas terras em transe, ela que só associamos a outras músicas. Mas gostei que tenha cantado dos dois lados do muro.
Há pessoas em quem não se pode confiar, como muito bem assinala o Mata-mouros.
Recomendo vivamente a leitura do texto breve ensaio sobre a cegueira na Grande Loja do Queijo Limiano.
A Relação decidiu que o juiz Rui Teixeira terá de ouvir novamente Carlos Cruz.
O Governo dos Estados Unidos excluiu as empresas europeias da reconstrução do Iraque. Isto diz muito sobre:
Levei anos a perceber porque gosto tanto de escadas rolantes. Ou melhor, de subir escadas rolantes. Ali, parados, sem termos de atentar no equilíbrio do andar, com os olhos disponíveis para quem segue à nossa frente. De preferência, dois/três degraus à nossa frente, de forma a que o nosso olhar fique ao nível pretendido. Casos há em que subir umas escadas rolantes é um momento de pura fruição sexual. É claro que nas escadas rolantes, como em tantas coisas na vida, só funciona quando é subir. A descer não tem graça nenhuma.
A Grande Loja solicita-me, por mail, para explicitar o que queria dizer com o texto «Tragédias, ambivalências». Aí vai.
A Grande Loja tem toda a razão: seria trágico que agora se fosse investigar a pedofilia na Madeira.
Segundo o Diário de Notícias, Durão Barroso já reconheceu que o Governo está com problemas de comunicação.
Quase de certeza que não estão interessados em saber:
A boca do dr. Soares sobre a pedofilia na Madeira tem o ENORME perigo da banalização. Pela desvalorização que tem implícita. O resto, a insinuação, a acusação sem destinatário, não me incomoda. Pelas razões que já expliquei. Porque o escândalo é o silêncio de décadas, não a frase improvisada e atabalhoada de Soares.
No Mar Salgado, pergunta-se do que fala Soares quando fala de pedofilia na Madeira.
E, se num dia de Inverno... me virem pelas ruas húmidas de Lisboa a conduzir perfeitamente enlevado... podem ter a certeza de que estou a ouvir o Je t'aime moi non plus, de Serge Gainsbourg, na primeira versão, em duo com Brigitte Bardot. Não conhecia, deve ser da idade. A versão é muito menos sensual do que a mais conhecida, em duo com Jane Birkin.
O Público de hoje tem uma notícia sobre o bombardeamento americano que matou nove crianças no Afeganistão. O Miniscente escreve que este é um daqueles casos em que «a alegada objectividade dos jornalistas se converte em clara posição e indução políticas». Já li a notícia três vezes e não consigo perceber onde estão as «posições» e «induções» políticas. Ahh... pois, deve ser pelo simples facto de a notícia ter sido publicada.
Percebo o Retórica quando diz que está a atravessar o «primeiro momento de desmotivação». Também sinto esse afrouxamento da blogosfera. Interrogo-me se será cíclica. Ou se não estaremos a exigir demais. Ter um blogue com actividade regular não significa, necessariamente, escrever todos os dias ou meter-se em todas as polémicas. Na última semana, parei durante dois ou três dias simplesmente porque me apeteceu. Estive no estrangeiro, mas com tempo e condições para escrever. Mas não tinha nada a dizer. A blogosfera também é feita destes ritmos muitos pessoais, que se cruzam, alinham e deslinham uns com os outros. Tenho reparado em alguns debates interessantes nos quais não me meti. Não se pode ir a todas. Desde o início que aqui falei do conceito de «vagabundagem», que continua a parecer-me o mais adequado para definir isto em que andamos metidos.
Tivesse eu a mania da perseguição ou simplesmente o raciocínio apressado que faz os nossos dias e a esta hora estaria aqui a escrever que a blogosfera portuguesa foi atacada por uma conspiração judaica. Isto a avaliar pelo volume, e por vezes o tom, das reacções que surgem sempre que se fala de judeus, anti-semitismo e temas conexos.
O que escrevi sobre a exposição pública do Enola Gay mereceu dois comentários que vale a comentar:
Reports that say something hasn't happened are always interesting to me, because as we know, there are known knowns; there are things we know we know. We also know there are known unknowns; that is to say we know there are some things we do not know. But there are also unknown unknowns - the ones we don't know we don't know.
O Enola Gay, o avião que largou a bomba atómica sobre Hiroxima, vai estar em exposição a partir da próxima semana nos Estados Unidos. Assim, sem mais nada. Ou melhor, ao lado de outros avanços da tecnologia aeronáutica, como o Concorde ou o Enterprise.
Um ataque militar americano matou nove crianças de uma vez no Afeganistão.
Conheço o Francisco há algum tempo. O conhecimento pessoal é irrelevante para o caso. Conheço-o melhor dos escritos e ditos. Tenho-o por uma das pessoas mais sensatas que escreve sobre o mundo. E quando digo «sensatas» é isso mesmo que quero dizer, numa altura em que as palavras estão gastas, corrompidas mesmo. Hoje, ser sensato vale pouco. No mundo mediático, vale mesmo muito pouco.
Ups... A Constituição espanhola faz 25 anos e não 20, obviamente. Dei por isso. Alertaram-me. O caso meteu mesmo comunicação diplomática... Mas só agora rectifico. A culpa foi de mais uma longa paragem do Blogger.
A Constituição espanhola fez hoje 20 anos. A generalidade dos jornais de Madrid dedicou ao assunto suplementos, em que avultavam os textos de especialistas sobre a história, mas igualmente o futuro do documento. O El Pais e o ABC ofereceram aos seus leitores exemplares da Constituição.
A revista francesa Marianne (sem site) tem esta semana um dossier sobre a «nova inquisição». Aquela mania de rotular as pessoas de anti-americanas mal elas criticam a América, de anti-semitas quando criticam Israel, e por aí fora. E, claro, como assinala a revista, a rotulagem surge antes de qualquer argumento, antes de se tentar perceber o outro. No fundo, digo eu, a nova intolerância.
A União Europeia não «arquivou», como diz o Rua da Judiaria, nem «não quis publicar», como escreve o Aviz, um relatório sobre o anti-semitismo na Europa.
Paulo Portas tem direito a fotografia e a um pequeno texto no dossier do Courrier International sobre os populistas e xenófobos que estão à conquista da Europa. [Link só para assinantes.]
Na guerra do Iraque, até o peru é de plástico.
- Jotinha, fofo, vamos dar uma volta?
Sou daquelas pessoas que, por vezes, utilizam a expressão «direita inteligente». Mas, confesso - nunca me passaria pela cabeça escrever algo como «esquerda inteligente». A redundância não é um estilismo que me atraia.