Ainda a morte (cont.)
Vale a pena ler «Um desespero de país», no Viva Espanha.
Everybody Knows This Is Nowhere - Neil Young
Anda meio mundo nervoso ('tá bem, exagero - é só o ministro das polícias...) com aquela ideia de o pessoal das fronteiras fazer greve durante o Euro 2004. A outra metade do mundo deita as mãos à cabeça e já range: ai se todos os sindicatos se lembram do mesmo.
O Adufe pergunta: «O que houve de bom nestes 30 anos de democracia?»
Decididamente, o Avatares não acerta uma. Há dias, meteu-me no mesmo ecrã a Scarlett e o Sharon. Hoje, dou de caras com a Catarina e o sr. Chésar ombro a ombro.
A propósito de um caso doloroso relatado há dias, escrevi que o que mais me indignava é que a culpa do sucedido era das pessoas e não do sistema. O Tempestade Cerebral discorda - não culpa apenas as pessoas, mas igualmente o «monopólio estatal».
Há um blogue muito interessante sobre o mundo dos media. Chama-se Provedor Alternativo e utiliza como frase de apresentação «Espaço de reflexão sobre a actividade jornalística». Fazendo jus a uma das principais pechas do jornalismo português, é completamente anónimo. É pena.
A direita não gosta de Chirac. A esquerda não gosta de Chirac, mas Chirac não é de esquerda.
«Imagens de mortos na linha do comboio»
A avaliar pelas reacções descabeladas da direita ao pré-regresso de Guterres, a campanha das presidenciais promete. Não há melhor combustível que esse odiozinho.
Gosto de discutir tudo. De ter opinião sobre (quase) tudo. Umas vezes menos informada, mas paciência...
«Hoje vem uma testemunha muito importante, que é a porteira, a dona Rosa». Repórter da SIC Notícias. Isto, é claro, porque a enfermeira Odete faleceu em Janeiro.
Não, este texto não é sobre a proto-candidatura de João Soares à liderança do PS.
A Al-Qaeda, que segundo alguns votou nas eleições em Espanha e segundo outros ganhou mesmo essas eleições, absteve-se nas regionais de hoje em França. Nem sequer votou em branco, seguindo as orientações do suspeitíssimo Saramago.
(...) essa maluca das Finanças - por acaso até é gira, é muito feia mas é gira, é uma mulher a sério, não é o Peixoto, aliás o Barroso (...)
E ao sétimo dia, Ele inventou o Sitemeter. Perdeu-se no Technorati. Vasculhou o Blo.gs. E correu pela casa toda a perguntar que horas eram.
Tabucchi no Bloco, Saramago no PC... Agora, só falta João de Deus Pinheiro no PSD... e quem no PS?
Costuma estar na quarta ou quinta página a contar do fim do caderno principal.
O Bloguítica já desmentiu. Não era gente do PSD, não era o José Lamego... Seria uma reunião de blogo-spinners?
Agora, eu ia escrever umas coisas sobre o Saramago. Sobre uma certa vacuidade do discurso de Saramago.
O Bloguítica passou o dia com gente do PSD. Do CDS aposto que não foi... E do PS... talvez José Lamego.
Dez da noite e o autocarro parado na Estrada de Benfica.
Há, presumo, uma qualquer causa natural para que Portugal seja assim.
José Manuel Fernandes, Público, 26 Março 2004:
Luís Filipe Menezes quer Belmiro de Azevedo como cabeça de lista ao Parlamento Europeu.
O MacGuffin, como bom blogger de direita/conservador/liberal (riscar o que não interessa), adora fazer citações, transcrições, recomendações «obrigatórias» de leitura. Já lhe conheço os percursos, os dias, os locais de predilecção.
Blair em Lisboa, Barroso no Parlamento, Vitorino em Bruxelas, Cimeira Europeia... Todos unidos contra o terrorismo, discursos de grande unidade, juras de que estão atentos, nós a percebermos que estamos completamente à mercê e a eles que não, que estão a trabalhar na nossa segurança, que vão coordenar tudo... Parecem um pára-raios apontado à Al-Qaeda.
O senhor Kadafi (isto não se escreve assim, mas não atino com a grafia do gajo...), ou o seu regime, o que vai dar ao mesmo, foi considerado culpado, pelos países do eixo do bem, culpado directo de, pelo menos, dois ou três atentados terroristas, que fizeram umas dezenas de mortos.
Estou cheio de problemas de consciência. Porque, afinal, parece que pus o J (presumo, o novo template não ajuda), do Cruzes Canhoto, a despir a Scarlett Johansson. Confesso - distorci um pouco as palavras do J... mas que seria dos debates da blogosfera se não andássemos todos a distorcer ligeiramente as palavras uns aos outros?
O Nelson Rodrigues, se a memória não me atraiçoa, surge no primeiro texto de TdN. Não faço parte da pequena legião de adoradores e até temo que essa sacralização acabe por ser exclusiva (no sentido de excluir...).
... ou Serviço de «inspecção de linguagem», ronda das 10:30.
«O argumentário envidraçado do debate político permite apenas uma pescaria de espécies de aviário: as que escamam na esguelha da esquerda e as que escamam na esguelha da direita. Nem se guerreiam, apenas se guelreiam.»
Há dois anos, um polícia matou um rapaz em Setúbal. Vocês sabem como é - polícia corre, rapaz corre, polícia dispara, rapaz está ou não armado, grande algazarra... o mal está feito.
Reparo, caro MacGuffin que não lhe interessa a sondagem sobre o FMI. Faz mal - tinha aqui mesmo à mão uma cópia autografada do «FMI», de José Mário Branco, para entregar a que acertasse na resposta. Assim, terei de a enviar à ministra Leite - estou a imaginá-la, à janela do ministério, a insultar os gajos e a chorar baba e ranho em coro com o Zé Mário...
Não, não fui eu que encomendei esta sondagem - a maioria dos israelitas aplaudem o balázio no mártir da cadeira de rodas. Coisa que mereceria leitura política - tivesse eu paciência para me envolver numa discussão que, inevitavelmente, iria parar no tal filme que tem o ketchup como actor principal. Eu até nem acho que as coisas estejam ligadas, mas anda aí muita gente que, jurando que os outros misturam tudo, não param eles próprios de misturar. E falta-me a paciência, confesso.
Scarlett Johansson deve, ou não, pôr-se nuínha no próximo filme?
O FMI duvida da nossa retoma e da nossa ministra das Finanças. O FMI está com má-fé porque:
Anda aí uma polémica que mete Israel, os conceitos de guerra vs terrorismo, a infinidade de coisas do costume. Coisas que também por aqui passam, uma vezes em polémica outras nem por isso.
Meu caro CAA,
Está uma carrinha branca estacionada na rua, o condutor dentro, vidro do seu lado aberto, de onde sai uma claríssima canção árabe.
Se nos próximas dias houver um atentado de grandes dimensões da Al-Qaeda nos EUA ou na Europa, quem devemos culpar?
Se Israel está em guerra, então teremos que deixar de chamar terroristas aos membros do Hamas. Uma guerra pressupõe sempre dois lados, dois exércitos.
O tal do «líder espiritual da cadeira de rodas» era uma besta.
Não querendo ter a última palavra, nem sequer eternizar a mais patética polémica que se pode ter, que é a polémica sobre a polémica - ainda para mais numa altura em que parece já não haver polémica -, sempre quero registar que será uma pena o Pedro Mexia deixar de escrever sobre política. Nos blogues, nos media, ou seja onde for. Ele é o melhor da geração naquele quadrante político - não, isto não é uma indirecta acerca de uma certa página no DN -, pelo que os seus escritos políticos são a verdadeira «absolvição». Da direita.
Entre o «diálogo» de Mário Soares e o terrorismo de estado do governo israelita, não haverá uma forma mais sensata de lidar com o terrorismo?
Ora aí está uma discordância realmente séria. No Cruzes Canhoto (nova moradia, agora com o patrocínio do maior banco privado português...) ficaram tristes com a perspectiva de nunca verem Scarlett Johansson nua. Sinceramente, prefiro assim. Até porque a moça não põe de parte participar num «erotic project».
A esquerda ganhou a primeira volta das regionais francesas. E a Al-Qaeda ainda não votou.
Com mais paciência - e mais conhecimento de causa - no Aviz escreve-se sensatamente sobre Maria João Pires e os apoios do Estado à cultura e educação.
Caro Pedro
«É importante combater o terrorismo, mas receio que esta luta se limite a evitar atentados e mais tarde ou mais cedo alguém se lembre de criar um muro à volta da Europa, como Sharon está a fazer em Israel; afinal nos EUA esse muro já existe na fronteira com o México. Talvez se reduza a probabilidade de atentados, mas trata-se de uma política autista e assente numa arrogância cultural que a impede de ver um muro de pedra não elimina as consequências de um muro invisível que separa beneficiários e prejudicados por um modelo de comércio mundial que mais parece um redemoinho que transporta toda a riqueza para o seu centro.»
Esqueci-me de registar que o artigo de Helena Matos, sábado no Público, é um escarro. Como de costume.
Zapatero dá hoje uma grande (quatro páginas) entrevista ao El Pais. Vale a pena ler, para depois não se comentar o que não se conhece. Apenas um exemplo. Qual a resposta operativa ao terrorismo?, pergunta o jornal.
Tem toda a razão, o Driving Miss Daisy: os atentados de Madrid também só aconteceram porque havia em Eapanha um Governo fraco, o de Aznar. Tão fraco, de resto, que até se deixou bater pelo fraquíssimo - e cobarde - Zapatero.
As manifestações de ontem contra a guerra, a começar pela de Lisboa, foram um flop.
Tony Blair vem terça-feira a Lisboa conversar com Durão Barroso.
Por falar em reflexos pacheco-pereirianos, porque será que, quanto mais palco se tem, menos polémicas se aceitam?
É claro, o Pedro Mexia não escreve sobre política no blogue e, num reflexo compreensivelmente pacheco-pereiriano, não entra em polémicas. Não fosse assim e eu pedia-lhe um exemplo de um texto em que Bush seja comparado a Hitler. É só para completar a minha colecção de cromos.
Javier Solana, que deveria ser o porta-voz da UE em matérias de política externa e não é por razões que não vêm agora ao caso (uff), disse ontem uma daquelas coisas que nenhum jornal português deve ter registado. É demasiado banal, não tem panache, não soa a slogan. Registo aqui duas frases para a minha posteridade:
Na missão de «patrulhamento factual» a que às vezes me dedico, acabo de verificar que FNV, no Mar Salgado (vocês conhecem o link...), fala do que não leu. Se tivesse lido a entrevista de Maria João Pires, verificaria que a pianista não está apenas zangada com David Justino e que nomeia outras entidades, incluindo empresas privadas.
Um dos argumentos mais espantosos que tenho lido acerca do que se passou em Espanha é a ideia de que a «cedência» dos espanhóis, ao votarem PSOE, e de Zapatero, ao anunciar a retirada do Iraque, são sinais de fraqueza que incentivam a Al-Qaeda a atacar. Porque a Al-Qaeda ataca onde sente fraqueza e não onde sente força.
Abro a página 15 do Público e deparo com o título Al-Qaeda 'Fabricou' Prestígio de Bush.
Os vendedores de pensos rápidos voltaram às ruas de Lisboa. Muitos, em muitas ruas.
Estranho o silêncio à volta da entrevista de Maria João Pires ao El Pais de ontem. É que a blogosfera já deu mais que provas de que não conhece fronteiras no que às fontes de informação diz respeito.
Esqueci-me de anotar que o livro tem algumas ideias interessantes. Pena é que a realidade não as confirme.
Nos últimos meses, tropecei vezes sem conta no livro Impasses, de Fernando Gil, Paulo Tunhas e Danièle Cohn (ed. Europa América). Todas as referências vêm acompanhadas de adjectivos: ignorado, esquecido, silenciado... Se, pelo menos, os que o citam alguma vez o leram, já deve ser um best-seller.
Não há terrorismo, há terrorismos. As cabecinhas mais radicais gostam de bradar que são todos iguais, que é preciso ser firme com eles todos, que eles até operam em conjunto, treinam-se uns aos outros, e por aí fora. Todos os terrorismos merecem condenação, é certo, mas nem todos são iguais e meter todos no mesmo saco é coisa tão irracional quanto o terrorismo ele próprio.
O PSOE, que sempre foi contra a guerra do Iraque, quer retirar as tropas espanholas do Iraque.
Mário Soares defendeu o diálogo com a Al-Qaeda. Não encontro reproduções das suas palavras, mas apenas notícias genéricas. Tomemos como boa a interpretação que a SIC Notícias está a fornecer - Soares propõe diálogo com a Al-Qaeda.
O Presidente da Polónia, Aleksander Kwasniewski, diz que se sente enganado com a inexistência de armas de destruição maciça e que vai retirar as suas tropas do Iraque antes de tempo [a Polónia comanda um dos sectores em que o país foi dividido].
Sara Muller, no Blasfémias, tem um feeling, obviamente feminino, de que os eleitores espanhóis foram enganados e que, durante quatro anos, nada podem fazer.
A Lília, num concurso da televisão, hesita sobre o nome do vice-presidente dos EUA: «Eu mudo sempre de canal quando falam do Bush... é uma embirração pessoal... pessoal não, ninguém gosta dele».
A polícia portuguesa fez explodir hoje uma «mochila suspeita» na Expo. Verificou-se depois que a mochila só tinha roupa. Após dizer isto, Manuela Moura Guedes anunciou que a TVI tem «várias» equipas a caminho. Esperemos que a polícia as desarmadilhe.
Estive três horas no tribunal. «Tem de voltar amanhã, às nove e meia. Só vamos ouvir mais duas testemunhas». Voltarei amanhã.
Os «sinais dos tempos...» trouxeram os Golpes de Vista para o mundo dos blogues. Aquelas reticências é que são uma merda. Infelizmente, os tais «sinais dos tempos» impedem que discutamos as tais reticências com a frontalidade que se impunha. Em termos práticos, a blogosfera ganhou mais uma voz que vale a pena acompanhar. Bem vindo, caríssimo dm.
O Jaquinzinhos pode dar-se ao luxo de «manipulações de pensamento». Se fosse espanhol, as hipóteses de o fazer seriam bastante mais reduzidas.
A confirmar-se a pista marroquina nos atentados de Madrid, a Europa tem razões de sobra para se preocupar. Porque a Al-Qaeda, ou uma qualquer das suas sub-secções, poderá continuar a dizer que é tudo por causa do Iraque. Mas não é.
Pergunta-me um leitor se já aterrei ou se ainda estou ali ao lado.
Em política, os pormenores são preciosos. Num tempo sem grandes utopias, é através deles que, cada vez mais, se fazem opções.
A vitória do PSOE, se bem que resulte de um crescimento nacional, deve-se, em grande parte, aos votos das regiões que reclamam, ou simplesmente já têm, maior autonomia face a Madrid: Catalunha, País Basco, Andaluzia, Galiza. Basta uma leitura em diagonal dos resultados para perceber que o castigo ao PP vem mais daí que do eleitorado urbano da capital.
O Abrupto gostaria que se esclarecesse toda a sequência de troca de informações e divulgação de informação acerca da autoria dos atentados.
É claro que podemos sempre brincar ao jogo das escondidas.
Os terroristas dizem que fizeram o atentado para castigar a intervenção espanhola no Iraque.
Zapatero anunciou, a 15 dias das eleições, que retiraria as tropas espanholas do Iraque caso ganhasse as eleições.
Porque os espanhóis votaram PSOE estamos reféns do terrorismo.
Se o PP tivesse ganho as eleições, também poderíamos dizer que a Al-Qaeda ganhara as eleições?
Zapatero ganhou as eleições porque houve um atentado. Um atentado da Al-Qaeda.
As palavras andam outra vez gastas, repetidas, vazias.
Algumas pessoas, o professor Moniz Pereira por exemplo, estranharam que, na recepção ao atletas Rui Silva e Naide Gomes no aeroporto de Lisboa, apenas tenha estado a família e os amigos.
A propósito de um texto que publiquei a 6 de Fevereiro, recebi de Eduardo Cintra Torres o seguinte esclarecimento: «Informo-o de que escrevi sobre a relação Manuela Moura Guedes-José Eduardo Moniz há três ou quatro anos, quando ela começou a apresentar o Jornal Nacional».
Voltou a polémica sobre os exames no básico e secundário. Como todos somos filhos, pais, alunos, ex-alunos, professores, explicadores nas horas vagas, em suma, pedagogos, todos temos opinião. Aí vai a minha.
Um dos momentos hilariantes de todas as manhãs é quando os pivôs da SIC Notícias mostram os jornais do dia. Quando chegam ao 24 Horas, hesitam, pigarreiam, e... passam ao lado. Raramente lêem a manchete. Hoje, por exemplo, é: «Rute Marques expulsa de casa». O pivô engasgou-se, hesitou e lá disse que o destaque do 24 Horas são umas afirmações de... Maria Cavaco Silva. O que vale é que, por enquanto, as câmaras não mentem. Mas não deixa de ser estranho que uma televisão de notícias vire as costas ao mundo.
Nas últimas semanas, as minhas caixas de correio (pessoais, profissionais, blogais...) pouco mais têm tido que lixo. Ora é o Spam mais idiota (tentam vender-me de tudo - especialmente coisas de que não preciso ou simplesmente não posso comprar), ora são os vírus disfarçados em correio de gente amiga (à pala disso, já recebi correio verídico que nem era para mim). E há gente com uma imaginação simplesmente delirante - esta tarde, chegou-me um vírus do seguinte endereço: sadomasoquismo-subscribe@onelist.com. Alguém está interessado?
Abro o El Pais e dou de caras com duas páginas dedicadas ao «Dia Internacional de la Mujer Trabajadora». Isto, meus senhores, perdão, minhas senhoras, é que é discriminação.
Uma «fonte da investigação» disse ao Correio da Manhã de domingo que um dos 127 do álbum de fotografias foi identificado por testemunhas e só não foi constituído arguido porque o crime prescreveu.
Principal vantagem dos blogues colectivos: são tantos a escrever que até o Sitemeter abana...
«Não deixa de ser surpreendente o anátema contra quem, a este propósito, utiliza os conceitos de 'natutal' ou de 'normal', quando é certo que são exactamente esses os conceitos que figuram na Constituição e na lei.»
Uhm... Uhm.. uum, ummm... umm... uuuuuuummmmmm... uummmm... um, um... Fuççu Putuuhhh !!!
Mais, mais... isso, continua... aí... Oh não, oh sim... está quase... isso, aí... mais, mais... Força Portugal !!!
Já tinha saudades da lógica implacável do FNV (Mar Salgado, link à direita...) - os media não tinham nada que se «eriçar», nem que fazer qualquer «chirivari», com aquela coisa de Pedro McDonald Lopes não querer levar crianças deficientes ao Euro 2004. Simplesmente, porque aquilo é a regra e não a excepção. Caia, pois, uma cortina de silêncio sobre o assunto.
Hoje, outra vez, uma incursão do exército israelita fez mais 14 mortos na «Palestina», quatro deles crianças. Perdão, «crianças».
Um deste dias, Ana Gomes defendeu a despenalização do aborto com o argumento de que isso evitaria mais Casas Pias.
Hoje, houve novamente problemas na Palestina. Perdão, em Israel.
Joseph Saint-Simon, leitor do TdN, cruzou-se comigo nos comentários do Barnabé. E discorda da apreciação que fiz da entrevista do Castells na 2:, basicamente porque considera que o homem não diz nada de novo e que algumas coisas que diz foi buscá-las a outros.
Como não tenho comentários, ando a pôr comentários nos blogues dos outros. Por exemplo, passei pelo Barnabé, li um texto sobre o Manuel Castells e deixei um comentário:
Liberdade de Expressão:
A campanha eleitoral de George W está a começar da pior maneira, com as famílias das vítimas do 11 de Setembro a acusarem o homem de abusar das imagens do 11 de Setembro.
Nos Estados Unidos, pátria da liberdade e do McDonalds, seria assim:
Quinze minutos de filme, só cordas e metais. Depois, o costume. Estou a ouvir Absent Friends, o novo disco dos Divine Comedy. Não faço ideia quando estará à venda, mas presumo que seja nos sítios do costume. Basta estar atento. Quem falhar, não tem perdão.
Entras no autocarro ou no metro e é sempre a mesma coisa. Os únicos lugares vagos estão ocupados com uma perna.
Ana Sousa Dias não acerta com a pronúncia de (Manuel) Castells. Mas esse é apenas um dos desencontros da entrevista. Há muitos outros ao longo da conversa.
Acho normal que qualquer pessoa possa constar de um álbum de fotos de suspeitos. Nisso, sou como o outro: se houver uma lista de suspeitos com óculos, ponham-me lá.
Mesmo em cima do noticiário das 9, o Rádio Clube Português voltou a passar uma coisa chamada «E Depois do Adeus», de um tal Paulo de Carvalho. Ora a coisa, aparentemente inocente, foi uma das senhas do 25 de Abril. Pensava eu que, 30 anos passados, isto já não seria possível. Quem pensam eles que nós somos?
Eu sei, sou um chato.
Acho que Guterres e Durão prometeram. Cavaco não, porque ainda não havia. Qualquer coisa do género - computadores em todas as escolas, internet para todos, descontos no IRS, a sociedade da informação a sério.
Incomodam-me muito as coisas definitivas, sem retorno. Os juízos e os factos. A pena de morte consegue fazer o pleno.
Até conhecer o Voz do Deserto ignorava que o rock também podia conduzir ao Céu. Sinceramente, não quero experimentar. Mas gosto de saber que há acredite. Parabéns.
Às vezes, muito raramente, também gosto de fazer as minhas citações longas. É claro que para as citações longas escolho textos curtos. Por exemplo, este que saiu na edição de quarta-feira do Le Monde, do escritor Henri Raczymov:
Câmara de Lisboa convida crianças sem deficiências a assistir ao Euro 2004.
O Barnabé, o Blogue de Esquerda e o Intermitente trocaram umas palavras sobre a venda da rádio Voxx.
As direcções dos externatos Planalto e das Escravas do Sagrado Coração de Jesus vêm por esta via esclarecer que os alunos que participaram ontem numa marcha contra o aborto estavam no cumprimento de uma aula prática de educação sexual.
É claro que anda por aí uma agressividade de bradar aos céus. Já qualquer coisa serve para alimentar o ódio. Há quem tente disfarçar esse ódio de debate. Desenterram-se, então, velhos argumentos, como se não fôssemos já suficientemente crescidinhos para sabermos que, para cada um desses argumentos, há sempre um contra-argumento.
A decisão tomada pelo Parlamento vem juntar-se ao recente acórdão de Aveiro na perpetuação da hipocrisia.
Constatação de elevador: as miúdas mais giras estão no Departamento de Publicidade.
O primeiro-ministro, afinal, quando comentava o caso Ferreira Torres, estava a falar genericamente, pois ainda não tinha visto aquilo que as televisões estão a mostrar, ininterruptamente, há 48 horas.
A edição desta semana da Economist, uma revista conservadora, remete para um editorial em que defende o casamento entre homossexuais - The case for gay marriage.
«Peço a todos os intervenientes do futebol, sejam desportistas, responsáveis associativos ou responsáveis autárquicos, a maior contenção, a maior elegância, o maior desportivismo» - Durão Barroso.
Ele há com cada regra na escrita... Por exemplo, num jornal diário, passamos a vida a escrever no passado. Chegamos a escrever no passado, coisas que nem sequer se passaram. Mas isso é outra história...
- Papá, papá, o que é um belogue?
O novíssimo Blasfémias publica uma lista que é espelho dos múltiplos equívocos que afligem a opinião publicada em Portugal. Numa total inversão de valores, LR chama Vacas Sagradas àqueles que são, verdadeiramente, os bombos da festa. Daí resulta o habitual enviesamento de qualquer debate. Vejamos dois ou três exemplos:
O episódio Avelino Ferreira Torres tem um aspecto aparentemente secundário que, a meu ver, é bem mais importante que a figura patética do troglodita. Essa, haja um juiz com tomates, e vai dentro. Mas isso do juiz com tomates prende-se precisamete com o que quero dizer...
Parafraseando o poeta:
A entrevista com Manuel Castells (Castéis, em catalão) foi uma das melhores coisas a que assisti nos últimos tempos. Não porque tenha dito qualquer novidade sobre este nosso mundo. Sim pela forma como o entrevistado sistematizou as principais tendências da comunicação, da economia, da política, ora complexificando o que parece evidente, ora descodificando aquilo em que nem sequer tinhamos reparado. Simplesmente fabuloso.
Após a coligação ter roubado o slogan «Força Portugal» à selecção, resta à selecção ficar com o slogan da coligação: «Nas tintas prá Europa». Teme-se, pois, o pior. Lá para Junho.
Andam por aí a aconselhar uma entrevista que passa hoje, na 2:, com o sociólogo Manuel Castells (23 horas).
Porquê tal animosidade contra quem (...) se limita a falar apenas do que lhe interessa, do que o diverte, daquilo em que se sente mais seguro ou, como me aconteceu hoje, daquilo em que lhe der na real gana?
Every time I think about back home
Afinal...
Para que prisão foi transportado Avelino Ferreira Torres?
Em 1915, os americanos invadiram o Haiti. Ficaram até 1934.
Essencial é o texto que Alexandra Lucas Coelho escreve hoje no Público.
Telefonei à minha psiquiatra. "- Se é para falar dessa merda dos blogs, não estou"- ela, empática.
Blasfémias. Aí está o tal megablogue. Boas-vindas. Só é pena que comecem logo por cometer um erro do tamanho de um comboio - naquela galeria de presidentes do Haiti falta um. Mais propriamente, falta um W.