Diálogo com lalalala lalalala
- I gotta get away from this day-to-day running around...
- Cantarolas, amorzinho?
- É, jotinha. Everybody knows this is nowhere.
Everybody Knows This Is Nowhere - Neil Young
- I gotta get away from this day-to-day running around...
- Não largas o telemóvel vai pra meia hora... Nem me ligas, jotinha.
- Jotinha, amor, ninguém fala de calor nos blogues.
Falam-me agora da existência de stocks de reportagens, investigações, informações, etc., comprometedoras para algumas figuras públicas de alto relevo, cuja não publicação estaria a servir de caução para o seu silêncio, complacência, imobilismo.
Pudor é uma palavra que gosto de usar quando falo de JPP. Porque, sabendo ele muito (entendam a expressão no seu mais amplo significado...), escreve e fala do que sabe sem nunca dizer tudo o que sabe.
No Desejjo Cassar alertam-me para o facto de Schopenhauer se escrever apenas com um p. Perplexo, solicito mais informação: quem Diabo é esse Schopenhauer?
Vou iniciar hoje uma nova secção a que chamarei Fodas Inter-Rail. São aquelas chafurdices que fazemos com as camónes e que ajudam a equilibrar o orçamento. Acho que tem sido muito menosprezado o peso da queca internacionalista nas contas da Nação. A dra. Ferreira Leite tem muito a aprender cá com o Pipi.
Já vos falei do Colaço. É um novato da blogosfera. Nada como o Terras do Nunca, que já vai na quinta semana de existência... Pois o Colaço caiu na rede sem perceber no que se metia. Animava uma revista, que depois teve edição electrónica, mas que nos últimos tempos andava parada. Alguém o trouxe para os blogues e ele entrou desconfiado. Diz que não conhecia o meio, que tudo lhe parecia difícil. Isso foi há duas semanas. Nos últimos tempos, dou com ele às duas da manhã a e-mailar-me: Então não blogas nada? E agora foi de férias, anda pelas costa alentejana, mas deve ter levado portátil, telelé e quejandos. E ei-lo a blogar entre uns mexilhões e uma raia, com a linha a cair e a areia a meter-se na engrenagem. E a tentar animar um fórum sobre a TSF. E (céus!!!) a mexer no template. Acho que o melhor da Ânimo versão blogue ainda está para vir. Por enquanto, divirto-me, carinhosamente divirto-me, a imaginá-lo a suar as estopinhas, a não pensar noutra coisa, a viver para isto. Como nos velhos tempos das rádios piratas de emissor às costas e de outras aventuras. Ânimo, Colaço.
Longe de mim querer impor regras. Queria apenas deixar duas sugestões, nascidas de uma leitura atenta destas coisas que medem os acessos e que espiam quem entra nestas nossas casas.
- Jota, fofo, nunca me falas de amor.
- Jotinha, já leste o jornal de domingo?
A terra tremeu mais no Algarve. É impressionante o peso que a esquerda continua a ter no Instituto de Meteorologia. Tenham santa paciência. A própria noção de sismo tresanda a esquerdismo. Como o rapaz que veio cá a casa arranjar o computador. Trouxe-me o disco da Carla Bruni. Dispensei-me, por isso, de lhe mostrar o meu atestado de heterossexual. Ontem, fui à FNAC e reparei que há postos de audição para discos de onde sai a emissão da TSF. Onde nós vamos parar. Vou agora escrever sobre a Lib.... estou com pro...blemas no tec...lad
A terra tremeu mais no Algarve. Foi assim que a TSF deu a notícia. A mentira foi depois repetida pela France Press nestes termos:
A terra tremeu mais no Algarve. É por isso que gosto de Nietzsche. Viram o gato Varandas ao colo do meu marido no Telejornal da RTP?
A terra tremeu mais no Algarve. Nos céus do Algarve, nunca é mês de Marte. Nos céus do Algarve, estes são os meses com os aviões de publicidade (estou a elaborar os primeiros fragmentos de um tratado sobre aviões de publicidade, que depois publicarei aqui). Por isso, escusam de começar a fugir. Segundo os meus três contadores, já há gente a mais no Algarve. O que torna aquela imensa pedreira à beira mar num lugar de decadência. É sintomático que esta matéria não entre nos blogues.
A terra tremeu mais no Algarve. São cheios de luz os desígnios do Senhor. Ouçam Leonard Cohen: «Things are going to slide...»
Vamos por partes.
«Casa Pia - um ponto de vista» é um texto do Guerra e Pas com o qual discordo profundamente. Ele insere-se numa linha de raciocínio - pois, pois, isso que estão a discutir é muito interessante, mas estão a esquecer-se das crianças abusados - que tem sido usado pelo ministro Bagão, a provedora Catalina e os-já-perceberam-qual-o-papel-deles-nesta-história? Namora e Granja.
[Os leitores mais fiéis deste blogue - é preciso notar que a taxa de desemprego continua galopante e que, entre os que trabalham, não há sintomas de grandes progressos quanto à produtividade - já devem ter reparado na evolução cromática que atravessámos. Recapitulando: começámos no cor de laranja, tivemos uns momentos de verde, e agora estamos em tons de azul. Temem-se as mais tenebrosas leituras políticas...]
Faltam cinco dias e acho que ainda vamos a tempo. Falo da criação de um Blogue anti-Expresso. Tenho encontrado por estas bandas uma data de gente que vibra pelo Expresso. Presumo que fazem fila nas estações de serviço, madrugada alta de sexta para sábado, só para serem dos primeiros a agarrar um exemplar. Para poderem confirmar como aquilo é tudo manipulado, cinzento, institucional, apatetado, dispensável, desprezível, risível, impublicável, hediondo, rasca, inculto, do século passado, passado de todo... enfim, como aquilo é, ainda e sempre, o bom velho Expresso.
- Jotinha, amor, anda ver aquela estrela...
À 1 e 24 de domingo, 27 de Julho de 2003, alguém entrou neste blogue após teclar no Google a seguinte sequência de palavras pacheco pereira filosofia de ponta.
O Expresso de ontem (página 3) é um excelente exemplo das tais coincidências.
É claro que não acredito na cabala de que Ferro Rodrigues fala intermitentemente.
O Jornal de Notícias é um dos melhores jornais do país. Despretensioso, completo, plural. Já o era há muitos anos, mas melhorou bastante nos últimos tempos. Num país que não lê jornais, o JN é líder de audiências sem ceder aos princípios fundamentais do jornalismo. Parece de somenos, mas, se pensarmos um pouco, é obra.
O (meu) problema com o Liberdade de Expressão (LE) são coisas como estas:
- Jotinha, querido, estou preocupada.
Às vezes, sabe bem preguiçar um pouco. Contemplar, apenas.
Às vezes, sabe bem preguiçar um pouco. Contemplar, apenas.
O Liberdade de Expressão (LE) sugere-me que explique porque considero primárias as suas apreciações acerca do caso Casa Pia e suas ramificações políticas.
- Jotinha, amor, tens aqui o JPP no telemóvel. Diz que está no Porto.
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Chegou a hora de agradecer a quem nos incentiva. Adufe, Outro, eu, Leda Cruz, Cerco do Porto, Janela para o rio, Veto Político, Ânimo... O Rufus Wainwright continua à espera de todos os outros. Será que querem perder a audição antecipada de uma das canções mais espantosas dos últimos anos?
Folheio na Net a edição da Economist que só daqui a algumas horas chegará às bancas. Privilégios de assinante. A Economist é a melhor revista do mundo. Não dá notícias, no sentido em que não tem cachas, novidades absolutas. Limita-se a explicar-me o mundo, a racionalizar fragmentos, a tecer teias. Nunca complicando, sempre tornando mais simples: «É assim. Queres ver?»
O Pedro Mexia discorda do que aqui escrevi sobre a Libéria e propõe que se prolongue o debate. Concordo.
Tem sido o meu blogue de referência dos últimos dias, principalmente no que respeita à justiça, ao caso Casa Pia e às ramificações políticas do processo. É no Mata-mouros que leio coisas tão importantes como esta:
Clara Ferreira Alves põe o dedo na ferida:
- Jotinha, amor, tens aqui o JPP no telemóvel.
O último número da Esquire americana compra-se porque traz a Jennifer Lopez na capa [É nestas alturas que me apetece aprender html para encher o blogue de fotos, mas sempre podem espreitar aqui].
Afazeres relacionados com os funerais dos filhos do Saddam impediram-me de ver o debate sobre blogues na NTV. Felizmente, nenhum dos presentes escreveu sobre o que lá se passou, o que deita por terra todas as teorias vigentes sobre o umbiguismo e narcisismo desta coisa. Mas, como a blogosfera tem enviados especiais a todos os cantos do mundo, há um relato aqui. À pala do debate acabei, aliás, por descobrir um blogue interessante. É só lucro.
Em Junho do ano passado já tinha escolhido o meu disco de Verão. Foi Charango, dos Morcheeba. Um disco quente, pleno de paixão, e refrescante, com apelos dançantes e aquáticos. Este ano, estamos quase em Agosto e nada. Dizem-me que o que está a dar são os Tribalistas. Mas esse é claramente um disco de Primavera, de revelação, de quebra da inocência. Já Sei Namorar, por exemplo, tem o verso «já sei beijar de língua». Ora, no Verão, quantos sais já provou a língua?
Há, na análise política, uma tendência para analisar a realidade com base em paradigmas que, geralmente, resulta em asneira. Um exemplo caseiro: durante o primeiro ano da dupla Sampaio-Guterres, uma data de comentadores (e até algumas manchetes de jornais...) trabalharam com base no paradigma anterior, Soares-Cavaco, ou seja, na ideia de conflitualidade. Asneiraram.
Este mundo virtual está a crescer a um ritmo difícil de acompanhar. Ler tudo, ou pelo menos tudo o que possa interessar, começa a ser tarefa sobre-humana. E a qualidade tem acompanhado a quantidade. Depois do Verão se verá o que fica. Para já, umas breves notas de viagem.
O professor Marcelo lá enche duas páginas, sob a epígrafe «Li e Gostei». Desta vez, o tema é «obras menos faladas». Não as contei, mas aguardo impaciente a contabilidade do Abrupto.
A revista Os Meus Livros, de Julho/Agosto, dedica quatro páginas aos «blogues literários». Com uma revelação: O Meu Pipi é «filho putativo do Luiz Pacheco». Que o Pacheco gosta de ir às meninas, já sabíamos. Agora, que se distrai e não usa camisinha, isso é novidade absoluta.
A Bomba Inteligente, em defesa de quem oferecemos o peito, fez uma lista de blogues e esqueceu-se do Terras do Nunca. Como não somos de amuar, vamos enviar-lhe o belo disco Ophelia, de Natalie Merchant, onde poderá ouvir, na abalizada companhia do marido, a canção Frozen Charlotte.
Há uma semana, o Expresso levou das boas porque tinha publicado um Código de Conduta e (ai Jesus...) violava-o logo nesse número, com uma entrevista a Filomena Morais, quase-ex-Pinto da Costa. Que não se vislumbrava o interesse público...
Há blogues sobre eu e o mundo e blogues sobre o mundo e eu. Prefiro os primeiros. Eu à procura do mundo.
Deriva neurótico-populista. Repito. Deriva neurótico-populista. Ana Sá Lopes, aqui, em três palavras. O retrato de Portugal, hoje.
Arrumava as malas (enfim, isto é só uma figura literária...) para o fim-de-semana (sim, os blogues, às vezes, também metem folga - não contem comigo por uns dias, poucos), quando, ao dar uma volta pela blogosfera, fui atirado, literalmente, para o teclado.
Uma das alternativas ao «depósito obrigatório» poderiam ser as cápsulas do tempo.
José Pacheco Pereira, no Público de quinta-feira, defendia um «depósito obrigatório» para a Internet.
São 11 da manhã e a blogosfera revela-se. Os que ainda dormem. Os que tentam despertar para a vida olhando absortamente o monte de papéis e o screensaver de um qualquer computador num escritório com excesso de iluminação. E os que madrugam e já nos sobressaltam com os seus Early Morning Posts (o Early é retórico - o relógio está atrasado uma hora...).
Este é um blogue de serviço público. Aproveitando a inexistência de um Código de Conduta para a blogosfera (se existir, invoco desde já o mais alto interesse nacional para o violar), passo a divulgar a notícia pela qual mais se esforçaram os 230 deputados da Nação no ano parlamentar que terminou. O Vosso esforço valeu a pena. Eis os prémios anualmente atribuídos pelos jornalistas parlamentares. EM RIGOROSA PRIMEIRA MÃO:
O Aviz mudou o layout. A letrinha é mai linda, mas custa mais a ler. Livrou-se do cor de laranja (alguém que ensine o Marmelo a fazer o mesmo...) Agora, só lhe falta apurar os links - por vezes duplica o http e depois a coisa não funciona. Quando fizer isso, deve avisar a Amélia e a sua amiga Milu, para elas copiarem de novo o template.
Aconselhei os desiludidos do Pipi a dirigirem-se ao Macjête. Acho que o Macjête (e as suecas...) não se importou. O Huuuuu, só porque estava zangado comigo, achou o salto lógico um disparate.
Atirei-me ao Valete Fratres! Imaginei-o agente sombrio da CIA, contra-espionando em Bruxelas. Sai-me pessoa de humor fino, elegante. Mandou-me um e-mail (penso que não se importa que divulgue as ideias gerais) em que se desculpa de «não saber escrever» e, por isso, ter de abusar de truques cromáticos e outras rasteiras. Imagino-lhe o sorriso nos lábios, enquanto escreve... Depois, zás!, espeta-me com duas capas da Time e mostra, em meia dúzia de linhas, como os media falham mais que os políticos (americanos, entenda-se).
É verdade. No que me fui meter. Atirei-me ao Uhhhhh para defender a Bomba e, é claro, apanho com os estilhaços. Eu que não conheço a Bomba, nem o marido, muito menos o crítico dela.
Veio hoje no inquérito de Verão do Correio da Manhã. Resposta de Jordana Jardel, quando lhe pedem para recomendar um livro: «Os Meus Segredos, de Jardel. Foi o único que li até hoje.»
A evidente falta de pedalada do Pipi, abriu portas a um novo nicho de mercado. Por exemplo, ontem, na Lusa:
«Tenho medo dos homens! Nunca sei se gostam de mim só por uma noite, se gostam de mim por uma imagem.»
Uma livraria surpreendeu-me hoje com É Este o Mundo em Que Queremos Viver? (ed. Inquérito). A surpresa vem do facto de a obra ter saído há poucas semanas em França, após um primeiro lançamento frustrado (uma providência na justiça atrasou a circulação). O livro é escrito por Eva Joly, a juíza que instruiu o famoso «caso Elf», um dos maiores processos de corrupção dos últimos anos envolvendo políticos. Trata da relação entre o poder judicial e o poder político, ou melhor, de quando o poder político tenta travar o poder judicial. E, claro, embora apenas de forma implícita, dos limites do poder judicial. Penso que nem é preciso referir as razões pelas quais a sua leitura, aqui e agora, se torna quase obrigatória.
O Huuuuu... o vento lá fora atira-se à Bomba Inteligente de uma forma que talvez mereça a intervenção do marido para um duelo. Huuuuu (atenção, são cinco u) está a ser injusto. Quem já conviveu com a Bomba (há relatos avulsos por essa blogosfera fora...) diz que se trata, de facto, de uma bomba e que até é inteligente. Deixemo-nos de parvoíces... A senhora parece-me ser pessoa de rara sensibilidade. Escreve por aqui o que lhe apetece, como todos nós. E a vantagem disto é mesmo essa - isto é tão grande que há lugar para todos. Além disso, acho que os textos da Bomba reflectem um bocadinho do que cada um de nós é.
Morreu Celia Cruz, rainha da salsa, nascida em Cuba. Convém que não se ponham a tecer loas, que o Guerra e Pas não gosta.
Meia blogosfera anda indignada com o facto de Herman José ter levado um atrasado mental, vulgo Emplastro, ao seu programa. Eu próprio, a quente, escrevi sobre isso, abusando eventualmente da ironia.
Gostaria muito de escrever sobre Cruz Silva, o deputado do PSD que só aceitava depor por escrito num processo em tribunal, depois já aceitava depor oralmente, para acabar por recusar qualquer depoimento. Disse que gostava de escrever porque, nos jornais dos últimos dias, o caso foi, ora silenciado, ora remetido para uma breve ou rodapé. Como já escrevi aqui, preto no branco - ou seja, a propósito de António Preto e de Barry White - há, de facto, uma mão invisível nos media, que determina modas e silêncios.
No Público de hoje, José Manuel Fernandes escreve (num texto que não tem link) sobre o «Problema das Estantes». Basicamente, o problema é: como arrumar todos aqueles livros com os quais o Público é vendido às quartas. Não me lembro de alguma vez o JMF (reparem nas maiúsculas...) se ter preocupado com outra magna questão: como arrumar os preciosos números do Público? De qualquer forma, como este é um blogue de serviço público, aí vai uma sugestão: que às quartas-feiras, junto com o livro, seja oferecida uma tabuínha destinada à montagem de uma estante. Uma oportunidade para recentrar o negócio da Sonae: o regresso aos aglomerados e estratificados.
«Dinamitem a Terra do Nunca». Assim, sem rodeios, é a ameaça que paira sobre este blogue. A habitual inveja do sucesso. Leio depois, no DN, pela pena de um tal EB (não tem link), que se trata de «quatro casos de autismo cinematográfico». Fico mais descansado.
O Colaço escreve outro belo texto (isto hoje parece o Acontece...). Ele que, na verdade, anda a fazer um blogue há mais de vinte anos, lamenta-se de ter chegado tarde, de não dominar o meio. Haja quem o ajude (tecnicamente, que eu não sei...) a pôr na blogosfera a Ânimo destes anos todos.
O Cruzes Canhoto tem um belo texto sobre os blogues como instumento de sedução. Uma sedução que se faz de intimidade, cumplicidade e trivialidades. Já aqui falei desta vagabundagem, desta quase clandestinidade, num texto em que me questionava quantos de nós sobreviveremos a este amor de Verão. E, numa troca de e-mails com o Não Esperam Nada de Mim, também lhe falei do paradoxo desta coisa de uma escrita intimista que acaba por ser lida em rede. A tal sedução. Multipolar.
Sobre Lula, a esquerda e a necessidade de um mundo mais equilibrado, há hoje, no Público, um artigo que fala claro. De Teresa de Sousa, obviamente.
Não conheci pessoalmente Henrique Barrilaro Ruas, provavelmente por não ter quaisquer simpatias monárquicas (esclareça-se que também saco da pistola quando ouço falar da «ética republicana»). Acabo de ler um texto de Pedro Mexia, que o conheceu e que o elogia sinceramente. Mas que, no embalo do elogio, acaba por ser injusto para outro monárquico (que conheci, de raspão, profissionalmente), cujas qualidades humanas e intelectuais me merecem todo o aplauso. Pessoa de uma afabilidade e disponibilidade raras. Falo de Gonçalo Ribeiro Telles. É verdade que o homem tinha o mau hábito de, por vezes, acompanhar com a esquerda quando a esquerda lhe comprava as ideias. Isso não deve justificar o esquecimento. Ou pior (vejam o que a Câmara de Lisboa lhe fez).
O Blog de Esquerda queixa-se que há tanto blogue para ler que pouco tempo resta para escrever. Pois, é como na vida real. Há tanta revista, tanto livro, que temos de escolher. Tanto CD que temos de nos decidir.
A propósito da notícia da morte de Henrique Barrilaro Ruas, Outro, eu questiona-se se o Professor Marcelo não terá um blogue. Pessoa bem informada que sou, posso garantir que não. Acontece apenas que o Professor Marcelo foi, ele próprio, o inventor da blogosfera. Só um louco, um intelectual louco, poderia ter inventado uma coisa em que toda a gente fala ao mesmo tempo, de todas as coisas, em qualquer sítio do mundo. E, assinale-se, sem dormir. Agora convém é que o Pacheco Pereira não saiba disto, senão ainda amua, retira-se, e lá se vai a nossa audiência.
O Valete Fratres informa-nos que vai estar fora por uns dias. Só volta à blogosfera na quarta-feira. Será que em Bruxelas ele vai estar permanentemente ligado ao computador? Nem quero imaginar a quantidade de mentiras que irão ser ditas sobre os Estados Unidos tentando escapar à sua vigilância orwelliana.
O que irrita muita gente é que Lula é de esquerda, radicalmente de esquerda, mas é também inteligente e sensato. Que bom seria que ele fosse outro Chávez, outro Fidel. Que ele não tivesse ido a Washington, que ele não tivesse ido a Davos. Ou que ele tivesse ido e tivesse comido com as mãos, não usasse guardanapo. Que ele tivesse ido renovar os disparates clássicos das nacionalizações, reproduzir a cassete anti-capitalista. Enfim, que bom que ele fosse um assanhado.
É uma história que vale a pena ser contada. Parece-me que diz muito sobre a blogosfera, mas ainda não lhe encontrei a moral.
Vou voltar a usar o Moleskine. Nas últimas semanas, dou com eles nos blogues, nas revistas, nas mãos de amigos... Prova de que a coisa entrou mesmo na moda é que, há dias, encontrei na Fernandes umas cópias de outra marca.
Depois do Abrupto, com as suas escolas de jornalismo (interrompidas?), surgiu uma nova série sobre o mesmo tema, esta do Guerra e Pas. Dá perceber que fala do que sabe, mesmo que não se concorde com tudo (embora se ande lá perto...). Já falou do Expresso, Público (sim, queremos saber mais sobre a Xis...), Visão, Independente. Continuará?
O Outro, eu informa que morreu Henrique Barrilaro Ruas. Um bom exemplo de como nem sempre os blogues estão na vanguarda da informação. Como se sabe, a notícia da morte de Henrique Barrilaro Ruas foi dada pelo Professor Marcelo há uns meses largos. O seu a seu dono.
Continuei a ver o Herman.
O programa do Herman José teve hoje um convidado muito especial - o Emplastro, aquele ser desdentado que surge atrás de gente conhecida onde quer que haja uma câmara.
Luís Filipe Menezes sempre foi para mim um mistério. Logo a começar pelo nome. É Menezes com z, ou Meneses com s? Depois, é um mar (ia dizer um Rio...) de dúvidas. O homem é mesmo um génio e nós é que não estamos preparados para ele? Ou é apenas um balão cheio de palavras sem qualquer consistência?
Este blogue é filho de Peter Pan e Neil Young. O primeiro anda entretido a brincar com a Sininho. O segundo tem disco novo, lá mais para o Verão. Antes disso, vem aí uma mão cheia de CD de obras que ainda não tinham passado para esse formato. E que inclui o soberbo On The Beach (de 1974). Preparem as carteiras.
Vá lá, deixem-se de Wolfowitz, dos argumentos sobre a mais que justa guerra do Iraque, e também Lula, Clinton e outros perigos internacionais.
Na RTP1, Santana Lopes considerou a morte de Barry White um dos acontecimentos da semana. Não posso deixar de me espantar, apesar de já aqui ter falado sobre o efeito onda que por vezes se gera nos media e na opinião pública. E de ter sugerido que na noite (lisboeta e não só) se ouvisse BW.
Juntem-se dois ou três jornalistas e logo se começa a falar do jornalismo que cá se faz. Não vejo nisso qualquer mal. Não sou dos que se manifestam contra a auto-martirização. Que se debata.
Como era de prever, o João Pedro Henriques mandou outro e-mail. Ei-lo:
O Cerco do Porto junta-se ao debate e fala nos «editorialistas de cu sentado», cuja reverência perante as fontes ultrapassa bastas vezes a dos jornalistas. Completamente de acordo.
No Ourinol, um blogue sobre «liberdade cinema casa de banho publicas e skecthes britanicos» (sic), encontrei uma bem inteligente maneira de ganhar audiências através dos motores de busca. Assim, quem teclar as seguintes palavas em qualquer motor de busca, tem alguma probabilidade de vir ter ao excelente, incomparável, sublime Terras do Nunca. Obrigado.
Aí vai, então, o «chuveirinho de humildade».
De João Pedro Henriques, jornalista do Público, recebi um e-mail a propósito do comentário que fiz a um artigo de Emídio Rangel. O texto segue na íntegra. Os comentários virão depois.
Emídio Rangel assina no Jornal de Negócios (não tem site) de sexta-feira um artigo que valeria a pena ser lido em todas as escolas de jornalismo (penso que as redacções, genericamente falando, são já casos perdidos). Chama-se «Jornalismo de reverência», mas também se poderia chamar «Jornalismo pé de microfone» ou «Jornalismo cu sentado».
Hoje fui a Coimbra no carro da empresa. Alguém mexeu nos botões e fui todo o caminho com o indicador a mostrar 68º graus Fahrenheit. Não me atrevi a tentar repor a legalidade em Celsius. O carro é alemão e podia carregar na tecla de ejecção de emergência.
Há coisas assim:
Querido diário...
Elogiei a preserverança do autor da Ânimo . O Colaço tem qualidades para dar e vender, mas a preserverança não é seguramente uma delas. O que ele tem é perseverança. Fica aqui reposta a verdade, antes que o Dicionário da Academia troque o Expresso pelos blogues na sua próxima edição. Obrigado António. E um grande abraço.
Avenida Fontes Pereira de Melo. Quase meio dia, o sol a pique. O jaguar verde azeitona, descapotável, segue à minha frente. Ela loira. Muito. Ele calvo, apenas um pouco.O sinal cai para vermelho e ele afrouxa. Fica à sombra de uma palmeira, espaço para dois carros à frente. Eu fico ao sol, resguardado dentro do Twingo.
O Cerco do Porto comove-se com Brel. Faz bem. O Grand Jacques morreu faz em Outubro 25 anos. Em Bruxelas há uma exposição que vale a pena ver. E a seguir ao Verão esperemos que os media lhe dediquem todos os mimos. Um dia, imagine-se!, cheguei a defender que o Brel fizesse parte dos currículos escolares... Delírios de juventude, não tivesse eu na altura idade para ter juízo.
Fonte que reputo de fidedigna fez-me chegar às mãos a notícia por que todos esperavam: a verdadeira identidade de O Meu Pipi. Como fiquei obrigado a honrar o compromisso de nada revelar, exponho a seguir três hipóteses, sendo apenas uma delas a verdadeira. Para saber qual, é fácil. Basta fazer o teste.
Bien sûr nous eûmes des orages